Mãe
Parabéns pela intemporalidade que me deixaste Mãe.
Pelas tardias horas em que acordaste para ouvires
as minhas descabidas queixas sobre o universo.
E ao ouvi-las estendias o teu ombro
sem nunca perguntares porquê.
Foi a minha cabeça que sentiu
o teu confortavel ombro.
Foi esse mesmo ombro que me respondeu
vezes sem conta se foi o big-bang
ou Deus que criou o universo.
Sem ainda teorias unificadores,
sem super cordas,
as tuas festas já elas curvavam o
tempo e o espaço do universo
das minhas duvidas.
Senti-me sempre bem por
me “descomplexizares”.
Mostraste-me sempre
o quão desnecessário
era o meu sofrimento naquela altura.
Só não conseguiste “descomplexizar-me”
o sofrimento, a dor, e evitar a inevitavel
pergunta que era, quem eu haveria
de culpar pela tua palidez naquela
sala cheia de gente conhecida,
onde te encontravas no centro.
E porque razão, por mesmo tão cheia
de caras conhecidas que ela estivesse,
porque razão senti-me eu tão sozinho?
É o big bang ou é Deus que ainda
hoje ressoam nas pedras que caiem
sobre o teu caixão Mãe?
Carlos Cabecinha
Submited by
Ministério da Poesia :
- Login to post comments
- 840 reads
other contents of Outro
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/General | Principio de Poema Aberto a Todos Os Poetas | 4 | 926 | 04/01/2010 - 18:15 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | Poesia Neurocirurgica | 1 | 1.164 | 03/31/2010 - 19:47 | Portuguese | |
Poesia/Love | Amo-te Mais ou Menos | 3 | 945 | 03/30/2010 - 20:26 | Portuguese | |
Poesia/General | A Cortina | 1 | 1.340 | 03/04/2010 - 23:50 | Portuguese | |
Poesia/General | A Cortina | 2 | 1.005 | 03/04/2010 - 22:11 | Portuguese | |
Poesia/Comedy | Sopa de Queixumes | 4 | 990 | 03/04/2010 - 13:35 | Portuguese | |
Poesia/Poetrix | O Empréstimo | 5 | 1.351 | 03/02/2010 - 23:29 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | O Nó | 3 | 995 | 03/02/2010 - 15:30 | Portuguese |
Add comment