Ciclo concluído

Se a alma fosse sempre aquela que eu queria
e não esta contrária a mim
saberia reparar nas árvores
que dançam no céu
no erguer dos seus ramos definhados pelo outono
carregando o devir de uma primavera sem tragédias
enredada em promessas que a vida não soube cumprir
Ah, são tantos os mortos que se perfilam
são tantas as esperanças que se fizeram de lembranças
que me revejo eterno na eternidade
e descanso
Há um tempo para tudo
Para sorrir, brincar
trabalhar, estudar
chorar, sofrer
ter prazer
para cuidar, para ser louco
sisudo
para morrer
Mas todo o tempo para amar
E assim o meu ciclo se conclui