O ROCHEDO E O MAR

Parada a beira mar, perdida em pensamentos fitei o mar que batia no rochedo sem parar.

As ondas fortes pareciam querer com sua força o rochedo lapidar, fiquei imaginando o mar sendo a vida, forte , determinada, guerreira, com seus altos e baixos, vindo desafiadora, pronta a lapidar.

E um arrepio percorreu meu corpo, pois se a vida era o mar, eu seria o rochedo sendo tranformado com o furor daquelas ondas, ora calmas e tranquilas, ora furiosa e devastadora.

Pensei na beleza que tem o mar, cheio de mistérios, lendas, encantos, o mar que alimenta o pescador, que a ele se rende e dá seu valor, o mar que embala histórias de amor.

Que nas noites de lua cheia encanta a sereia, transforma o boto em lindo moço, que ao marujo mareia e a beira-mar seu corpo bronzeia.

Pensei também nos perigos representados e no respeito que devemos ter por ele, navios naufragados, tubarões, o mesmo mar que faz poesia e que os poetas fazem rimas, mata e arrasta, faz enchente e a tudo devasta, repuxa, embusta e engana.

E mais uma vez pensei na vida e em mim como o rochedo, e vi que a vida assim como o mar oferece maravilhas, encantos, lendas, tem mistérios, dá o alimento, que a vida como o mar é linda e atraente, em seus braços me embala docemente.

E como o mar também é perigosa e que nela podemos naufragar se não respeitar, ficando expostos a monstros, a ressacas que nem sempre tem voltas, e assim enganados pelo levar das ondas puxam, mentem e enganam.

Hoje aqui a beira mar vi que como o rochedo pela vida fui lapidada, ora por águas revoltas e destruidoras, ora por águas calmas e serenas.