Os Encalhados
PaLavras a tua terra
Com esperança de que nela brotem
As frases que sempre quiseste ouvir.
As que semeaste
Em forma de pensamento
Ou de sonho acordado.
Trazes no teu desejo-regador
A água
Que fará nascer o rebento.
E regas
Regas
À espera do momento.
E continuas a regar
A regar
Até te encontrares
Num lamaçal
Onde nada poderá brotar.
Criaste um curral
E continuas a regar
Negando aquilo que não queres ver.
E chegam os porcos
E em porco te tornas.
E rebolas na porcaria
Perdendo a noção do tempo.
É confortável
Ser-se miserável .
Talvez por ser mais fácil.
Quando tudo que tinhas que ter feito
Era procurar outro lugar.
Outro solo.
Outro regar.
Calhou-te o encalhar
E ao calhas encalhaste.
Submited by
Sunday, April 24, 2011 - 13:32
Poesia :
- Login to post comments
- 3765 reads
Add comment
Login to post comments
other contents of Outro
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Ministério da Poesia/General | Ex-Qualquer Coisa que Ainda É | 0 | 348 | 02/21/2011 - 13:38 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Falta de Pontualidade | 0 | 671 | 02/21/2011 - 13:41 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Grão a Grão | 0 | 478 | 02/21/2011 - 13:44 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Higiene Intelectual | 0 | 758 | 02/21/2011 - 13:45 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Insano Jardim | 0 | 404 | 02/21/2011 - 13:48 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Introspecção | 0 | 381 | 02/21/2011 - 13:50 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Kriptonite | 0 | 560 | 02/21/2011 - 13:51 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Ladainha à Santa Existência | 0 | 609 | 02/21/2011 - 13:54 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Mãe | 0 | 479 | 02/21/2011 - 13:56 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Materializar | 0 | 601 | 02/21/2011 - 13:59 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Meno Zero | 0 | 686 | 02/21/2011 - 14:00 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Metada do que Sou | 0 | 468 | 02/21/2011 - 14:02 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Mnemonica | 0 | 429 | 02/21/2011 - 14:03 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Mnemonica | 0 | 704 | 02/21/2011 - 14:04 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Modas Literarias | 0 | 989 | 02/21/2011 - 14:06 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Mulher | 0 | 653 | 02/21/2011 - 14:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | O Ciclo | 0 | 628 | 02/21/2011 - 14:11 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | O Empréstimo | 0 | 536 | 02/21/2011 - 14:12 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | O Meu Naufragio | 0 | 423 | 02/21/2011 - 14:13 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | O Sistema | 0 | 673 | 02/21/2011 - 14:17 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | P de Tudo | 0 | 423 | 02/21/2011 - 14:18 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Perdas Derrotas e Amputações | 0 | 768 | 02/21/2011 - 14:21 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Poema Solúvel | 0 | 461 | 02/21/2011 - 14:22 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Poesia Neurocirurgica | 0 | 509 | 02/21/2011 - 14:23 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Prompt Etaminal | 0 | 878 | 02/21/2011 - 14:25 | Portuguese |
Comments
Creio que para muitos tudo
Creio que para muitos tudo calha e encalham ...as vezes por que é confortável;tipo o nada ouço nada vejo e nada digo. regam com o desejo-regador(adorei essa parte) e acabam num lamaçal onde nada mais irá brotar,bela construção.abraços
meyre
Os Encalhados
Para já Obrigado pelo teu comentário Meyre! Um comentário desde que não seja destrutivo é sempre um cafuné.
Quanto ao conforto da miserabilidade é real. O "pseudo-coitado" ou pseudo-miseravel ( poque eu não acredito em coitadismos e acredito que todos somos capazes de tudo ( Paulo Coelhices à parte ) sem querer ferir susceptibilidades porque "gostos não se discutem"), tem sempre argumentos para tudo escondendo-se atrás do escudo da sua pseudomiserabilidade e coitadismo.
Mais uma vez obrigado!
Bjs
A água de beber está
A água de beber está turva
já não ´sacia a sede ...
E neste caminho curto não faz a curva ,
está feito possa em mina ....
Um escrita instigante como sempre !!!
Muito bom te ler , já tinha saudade aparece mais vezes
Beijos
Susan
Os Encalhados
Obrigado Susanita! També m tenho saudades tuas.