Folêgo de fogo


Escada
         em
             escada

Cruzada

ASCENDE
Cruzo                                                                                                                    
Uma encruzilhada
 

Em passos
Estáticos
 

Ondulação de sonhos    

Sonho a sonho
Acordo
Discordo
De mim

Fixo o tempo
Aquele
Que não existe
Aqui.

Flecha a flecha
Perco o arco
Não vejo a aresta
Apontada.

Som a som
Oiço o compasso
 

Que trespasso
Com a espada partida
Em mil pedaços


Desfaço
O ar que se atravessa
Em mim.

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Tuesday, April 26, 2011 - 21:33

Poesia :

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MariaButterfly

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Comments

loftspell's picture

Folêgo de fogo

Uma série de revisões (a momentos ou sentimentos) desencadeadas por uma necessidade de paz, do almejado equilíbrio que todos desejamos. Um belo poema de sentido uníco.

Abraço
 

MariaButterfly's picture

todos os poemas tem um

todos os poemas tem um sentido unico,

a paz como diz o poema,

escada e escada.

 

 

gostei muito das tuas palavras,obrigado

 

beijos

rainbowsky's picture

Escada em escada

Olá.

Este foi um poema que li várias vezes. Digo, sem qualquer simpatia adocicada, mas por achar verdadeiramente que assim é... que este é um dos poemas no WAF que mais gostei de ler até hoje.

____________________________________________________________________________________________________________________________

Escada
em
escada


(Como passo a passo, degrau a degrau. Diversos caminhos rumo a ti própria, rumo ao futuro. Sentimentos sentidos e que sobem, mas que podem descer)

Cruzada


(Cruzada a escada, cruzada a alma. Limitando-a, confundindo-a, fazendo com que doa no corpo)

ASCENDE


(Ascende, pois o desejo é ascendente. O topo é a saudade, a vontade. Vem de dentro, o sangue que sobe, que aquece e fervilha de emoções impossíveis de conter)

Cruzo
Uma encruzilhada


(Tu própria te tornas encruzilhada. Que sentir? Que amor, que raiva, que sombra, que luz povoa a face, que monotonia abraça o tempo, que espaço irrompe dos lábios?)

Em passos
Estáticos


(E daqui posso tirar muitas interpretações. Os passos esses que deste durante anos a fio, mas que afinal não te trouxeram o expectável. Fizeram-se passos estáticos no que querias, apesar de continuares a caminhar)

Ondulação de sonhos


(Como o mar incerto que se agita. E não é linear)


Sonho a sonho
Acordo


(Cada vez que sonhas não precisas sequer de adormecer. Quando acordas eis que ficas perante o momento em que te encontras de facto, literalmente sozinha)

Discordo
De mim.


(Porque o teu eu interior sente. Do exterior, a contraposição, aquela que empurra a verdade e a faz baloiçar numa barca de revolta)

Fixo o tempo
Aquele
Que não existe
Aqui.


(Olhas em redor e estás somente tu. Não há outro rosto, outro olhar, outro sorriso, outro abraço ou palavra. Fixas o tempo – um tempo que já não é – e por isso já não existe).

Flecha a flecha
Perco o arco
Não vejo a aresta
Apontada.


(Como dois seres complementando-se um ao outro. Flecha a flecha, como braço a braço, como boca em boca. Perdes o arco, a outra metade que completa. Nem o arco fica bem sem a flecha, nem a flecha fica bem sem o arco. Não vês a aresta apontada, e é nesse preciso momento de distracção que a flecha e o arco ficam do mesmo lado e tu és apenas o alvo)

Som a som
Oiço o compasso
Que trespasso
Com a espada partida
Em mil pedaços

(Nota a nota numa desafinada sintonia musical. Trespassas o compasso (coração) com a espada partida em mil pedaços ( a alma) ).


Desfaço
O ar que se atravessa
Em mim.


(O ar quente, ardente. Um fôlego de fogo, crepitante. A respiração aflita, o oxigénio desfeito (em cinzas). Um ar que se atravessa em ti numa explosão de ansiedade e dor).

____________________________________________________________________________________________________________________________

 

Nota:   Esta é apenas a minha interpretação, mesmo que possa estar longe do verdadeiro e mais intrínseco sentido (que só o próprio poeta pode dar), haverá por certo um fundo de verdade que de uma ou outra forma contempla um sentido para as palavras que escreves.
Soberbo o teu poema.
Sem qualquer sombra de dúvida, o melhor que li de ti.
Que continues a escrever, pois há em ti, de certeza, muitas palavras prontas a jorrar cá para fora, como a água de uma fonte inesgotável.

Não vais querer matar-me à sede pois não? :)


Beijo

rainbowsky
 

MariaButterfly's picture

não existe

não existe Interpretação

 errada,

como já te disse,

gostei e gosto sempre muito das tuas palavras,aqui.

 

e obrigado, por dizeres que este é um dos poemas que mais gostas.

 

também gosto,muito dele.

 

beijos

 

SuzeteBrainer's picture

Lindo poema!! Sentimentos

Lindo poema!!

Sentimentos que oscilam entre o sonho e a realidade e com uma bela musicalidade...

Beijosmiley

MariaButterfly's picture

obrigada, pelas tuas

obrigada, pelas tuas palavras!

os sentimentos por vezes são sonhos

que oscilam entre a relidade e a ilusão.

 

gosto muito, que aqui venhas,ler-me.

 

beijos

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