Alma desfalecida na frieza do silêncio

Sinto na alma uma súplica,
Um sussurrar de angústia,
No desértico passar
Do tempo.
No gélido limiar,
Do silêncio.

Uma distância que corrói,
Uma circunstância que destrói,
Uma incerteza que enfraquece,
Uma frieza que desfalece.

Sinto que apenas um leve alento,
Murmura na ânsia das horas,
Esmurra no correr dos ventos,
Surra todo amor que homericamente,
Empurra reforça, se esforça,
Na súplica de um contentamento,
Na volúpia de uma fidelidade,
Na pronúncia de uma dedicação,
Tal qual nem sequer vingou.

Ah, meu amor!
Se ao menos tivesse uma leve noção,
Do quanto te ensejei, te explorei,
Do quanto na avidez, te implorei.
Do quanto foi profundo, foi puro,
Todo meu amor,
Todo meu ardor.

Ah, meu amor!
Nem imaginas até onde me tocastes de emoção,
Das noites, das madrugadas vivenciadas,
Dos poemas, dos versos recitados.

Ah, meu amor!
Contornastes, desfrutastes, degustastes,
Da intimidade, da voracidade, da amorosidade,
Da afetividade, da amizade, da cumplicidade.

Ah, meu amor!
Nem imaginas até onde já entreguei meu coração,
Nem imaginas até onde te levaria, elevaria, de satisfação,
Nem imaginas até onde chegaríamos, percorreríamos,
O mais intenso, doce, sublime, elevado, almejado, prazer.

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Monday, May 9, 2011 - 02:47

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unapoetisa

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MarneDulinski's picture

Alma desfalecida na frieza do silêncio

Beleza de poema, gostei muito!

Meus parabéns,

Marne

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