Astral Romance XII (Incompleto)
"Havia apenas treva. Tudo era treva e poeira"
Diz-me a voz acima do teto de safira.
"De súbito, a luz doma a treva por inteira.
Numa dança, cada grão em torno doutro gira."
"O que era súbito torna-se então infinito.
O vazio e o frio tornou-se calor e vida:
Da solidão crias o teus versos mais bonitos..."
E escrevo-os para ti, minha eterna querida.
A noite em sua beleza toma o firmamento.
No céu brilham estrelas, brilham planetas...
"E brilho eu, perfeita e eterna em teus pensamentos:
O mais sincero e infinito amor, meu querido poeta."
"Somos nós as primeiras filhas da Existência.
Calor, vida, perfeita divina obra de arte."
Na infância, em nossos olhos brilha a inocência
Diante do brilho que de ti vem, escalarte.
"Tal fogo é de jóias em suspenção no Universo:
As galáxias, um aglomerado estelar."
Me conta: são elas com quem a noite eu converso?
"Talvez... Mas sou eu quem sempre vai te escutar."
"Silenciosos, vagam por toda a imensidão,
Deixando para trás um rastro de beleza,
Os cometas. A luz rasgando a escuridão.
Deixando o pó do Cosmos pelas Profundezas."
Me diga: tais cometas, quanto achas bonitos?
"Acho tanto quanto a passagem deles dura:
Acho ainda menos que um poema teu, que é infinito,
Que em meio as estrelas para sempre perdura."
"E falo até mesmo dos teus poemas obscuros..."
E quanto a estes versos, o que tens pra falar?
"Que a sua frieza não alcança a do núcleo duro
De quem pelas sombras, sempre esteve a vagar."
Diz logo que é dono de tamanho ar sombrio.
Quem ou o que vive a espreitar na escuridão.
"São asteróides. Feitos de rocha e metal frio
Rasgam o céu a levar fogo e destruição."
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13 de dezembro de 2010 – 23h 32min