A teoria das cordas...

Desentrelacei-me muitas vezes,
esmiucei o meu interior à procura
de um amor que me completasse,
de uma cura milagrosa para a incompreensão...
Mas o amor não é um penso rápido impregnado
de um anti-séptico qualquer...
A solidão nasce em nós e a felicidade
tem uma chave que nos pertence...
Na verdade somos cordas independentes
que se enlaçam umas nas outras...
De comprimentos e texturas diferentes,
nascemos na mesma trave e buscamos as mesmas coisas,
desde que sejam só para nós...
Muitas vezes esgaçamos-nos, desfiamos-nos devagar,
na esperança de partilhar os nossos sonhos...
Depois, de fios soltos e frágeis, balouçamos as desilusões,
as frustrações, a indiferença que nos rasgou a força...
E descobrimos que não existem cordas iguais,
umas amam menos, outras amam mais e nunca se entrelaçam no mesmo sentido.

Inês Dunas

Libris Scripta Est

Submited by

Martes, Julio 19, 2011 - 14:01

Poesia :

Sin votos aún

Librisscriptaest

Imagen de Librisscriptaest
Desconectado
Título: Moderador Prosa
Last seen: Hace 11 años 48 semanas
Integró: 12/09/2009
Posts:
Points: 2710

Comentarios

Imagen de RZorpa

Como quem nada teme...

Aprecio realmente o ar de (des)cuidado desassombro com que são dissecadas as vivencias que relatas. Sonhadas ou vividas, perdem essa importancia pela eloquencia e um realismo que cofere uma lucidez que transmite frieza à expressão poética. É muito interessante, do meu ponto de vista, a forma como te expressas, Inês... Sou um fã! Tu és famosa não és? :-)

Rz

Imagen de Librisscriptaest

:)

Obrigada pela constante simpatia das suas  leituras,

Um beijinho em si!

Inês

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Librisscriptaest

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Tristeza Quimeras... 2 5.993 06/27/2012 - 16:00 Portuguese
Poesia/General Presa no transito numa sexta à noite... 2 3.469 04/12/2012 - 17:23 Portuguese
Poesia/Dedicada Santa Apolónia ou Campanhã... 2 2.653 04/06/2012 - 20:28 Portuguese
Prosas/Otros Gotas sólidas de gaz... 0 2.780 04/05/2012 - 19:00 Portuguese
Poesia/General Salinas pluviais... 1 3.099 01/26/2012 - 15:29 Portuguese
Prosas/Otros Relicário... 0 3.267 01/25/2012 - 13:23 Portuguese
Poesia/General A covardia das nuvens... 0 3.702 01/05/2012 - 20:58 Portuguese
Poesia/Dedicada Arco-Iris... 0 3.992 12/28/2011 - 19:33 Portuguese
Poesia/Amor A (O) que sabe o amor? 0 3.645 12/19/2011 - 12:11 Portuguese
Poesia/General Chuva ácida... 1 3.037 12/13/2011 - 02:22 Portuguese
Poesia/General Xeque-Mate... 2 3.277 12/09/2011 - 19:32 Portuguese
Prosas/Otros Maré da meia tarde... 0 3.206 12/06/2011 - 01:13 Portuguese
Poesia/Meditación Cair da folha... 4 3.879 12/05/2011 - 00:15 Portuguese
Poesia/Desilusión Cegueira... 0 3.395 11/30/2011 - 16:31 Portuguese
Poesia/General Pedestais... 0 3.516 11/24/2011 - 18:14 Portuguese
Poesia/Dedicada A primeira Primavera... 1 3.349 11/16/2011 - 01:03 Portuguese
Poesia/General Vicissitudes... 2 3.711 11/16/2011 - 00:57 Portuguese
Poesia/General As intermitências da vida... 1 3.899 10/24/2011 - 22:09 Portuguese
Poesia/Dedicada O silêncio é de ouro... 4 3.029 10/20/2011 - 16:56 Portuguese
Poesia/General As 4 estações de Vivaldi... 4 4.090 10/11/2011 - 12:24 Portuguese
Poesia/General Contrações (In)voluntárias... 0 3.550 10/03/2011 - 19:10 Portuguese
Poesia/General Adeus o que é de Deus... 0 3.447 09/27/2011 - 08:56 Portuguese
Poesia/General Limite 2 4.744 09/22/2011 - 22:32 Portuguese
Poesia/General Quem nunca fomos... 0 4.004 09/15/2011 - 09:33 Portuguese
Poesia/General Antes da palavra... 1 4.412 09/08/2011 - 19:27 Portuguese