Quimeras...

Caminho devagar pelos sons da minha consciência,
tacteio a dormência da tua voz...
Perdemos-nos do voo das plumas e das aves,
somos espigas sós a perderem o trigo
no abrigo de um silêncio mórbido...
Nunca mataremos a fome aos sonhos,
o tempo come-nos devagar e as rugas nem pedem licença...
Não há pertença sem dor, nem amor sem pertença...
Os finais felizes jamais seriam finais,
por isso são mitos em que não acredito...
Seremos estranhos, numa manhã qualquer,
em que tudo estará longe demais
e pensarmos que nem existimos...
Desistimos...
Rendemos-nos ao comum, às vidas alheias,
às meias verdades, ao peso do chão...
Meras realidades baças...
Já não temos asas...
já não somos um...
Quimeras perdidas em fumo,
desvanecendo sem rumo,
morrendo.

Inês Dunas

Libris Scripta Est

Submited by

Martes, Agosto 9, 2011 - 10:37

Poesia :

Sin votos aún

Librisscriptaest

Imagen de Librisscriptaest
Desconectado
Título: Moderador Prosa
Last seen: Hace 11 años 45 semanas
Integró: 12/09/2009
Posts:
Points: 2710

Comentarios

Imagen de Leonardo Garcias--------------------------------------------

Morre

Tudo acaba em triste no doce sorriso da noite, na fome de palavras embrulhada em cetim, papel de jornal. O mundo envelhece, as rugas nascem, o fumo renasce de entre a cara, perto do nariz. O ódio pelo ser humano cai-me nas mãos, morrei, morrei! Para que vives ser mediocre autor, para quê ?
Só idealizas o parco mundo, escorres a inspiração pelas mãos, morre, morre, belo ser!

Imagen de Alcantra

O tempo calça nossas

O tempo calça nossas dores quando nos forçam a dexar para trás a nostalgia dum sorriso ou amores desgastado, um gesto ou um beijo... Fica para trás o outro eu e não sou agora quem sonhei ser nos dias ou meses de outrora.

Abraços,

Alcantra

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Librisscriptaest

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Tristeza Quimeras... 2 5.904 06/27/2012 - 15:00 Portuguese
Poesia/General Presa no transito numa sexta à noite... 2 3.422 04/12/2012 - 16:23 Portuguese
Poesia/Dedicada Santa Apolónia ou Campanhã... 2 2.597 04/06/2012 - 19:28 Portuguese
Prosas/Otros Gotas sólidas de gaz... 0 2.739 04/05/2012 - 18:00 Portuguese
Poesia/General Salinas pluviais... 1 2.995 01/26/2012 - 14:29 Portuguese
Prosas/Otros Relicário... 0 3.191 01/25/2012 - 12:23 Portuguese
Poesia/General A covardia das nuvens... 0 3.649 01/05/2012 - 19:58 Portuguese
Poesia/Dedicada Arco-Iris... 0 3.933 12/28/2011 - 18:33 Portuguese
Poesia/Amor A (O) que sabe o amor? 0 3.573 12/19/2011 - 11:11 Portuguese
Poesia/General Chuva ácida... 1 2.995 12/13/2011 - 01:22 Portuguese
Poesia/General Xeque-Mate... 2 3.225 12/09/2011 - 18:32 Portuguese
Prosas/Otros Maré da meia tarde... 0 3.140 12/06/2011 - 00:13 Portuguese
Poesia/Meditación Cair da folha... 4 3.839 12/04/2011 - 23:15 Portuguese
Poesia/Desilusión Cegueira... 0 3.362 11/30/2011 - 15:31 Portuguese
Poesia/General Pedestais... 0 3.447 11/24/2011 - 17:14 Portuguese
Poesia/Dedicada A primeira Primavera... 1 3.319 11/16/2011 - 00:03 Portuguese
Poesia/General Vicissitudes... 2 3.608 11/15/2011 - 23:57 Portuguese
Poesia/General As intermitências da vida... 1 3.767 10/24/2011 - 21:09 Portuguese
Poesia/Dedicada O silêncio é de ouro... 4 2.990 10/20/2011 - 15:56 Portuguese
Poesia/General As 4 estações de Vivaldi... 4 4.009 10/11/2011 - 11:24 Portuguese
Poesia/General Contrações (In)voluntárias... 0 3.449 10/03/2011 - 18:10 Portuguese
Poesia/General Adeus o que é de Deus... 0 3.392 09/27/2011 - 07:56 Portuguese
Poesia/General Limite 2 4.709 09/22/2011 - 21:32 Portuguese
Poesia/General Quem nunca fomos... 0 3.963 09/15/2011 - 08:33 Portuguese
Poesia/General Antes da palavra... 1 4.364 09/08/2011 - 18:27 Portuguese