Refém

Diante todo esse caos no clima,
ela não se mortifica,
"Rosa de Hiroshima".
Acorda cedo,
impossível perder a rotina.
Coisa de Maria,
cinco da matina.

Segunda-feira,
desgastada e frenética.
quanto a esperança,
não é cética.
Na balança,
sua profissão não a embeleza.
Interpreta
a dona de outra casa.
Tudo organizado.
"Levanta criançada!"

Vem da padaria
sem preguiça.
Tentando manter a auto-estima.
 - "Vão todos pro chuveiro!" -
 Grita.
Na sequência:
- "Peguem suas mochilas." -
Nada estranho,
passa em frente a geladeira,
lê a lista
das funções que exercerá
naquele dia.

A atenção não se perde
por um instante.
Meio-dia, na panela a comida,
as roupas no tanque.
Chão encerado,
não se rende ao cansaço.
Seu salário é pouco.
Seu cargo desvalorizado.

Porém, é honesto.
Entendo.
É um privilégio
dar pro Rodrigo,
seu brinquedo
de aniversário,
como prometido,
só esperar o momento exato.
Meu filho,
se sentirá prestigiado,
com aquele carro de controle,
modelo importado.

Pensa na família,
na pia,
uma enorme pilha.
Lavando toda a louça
enquanto o ponteiro gira.
Seis da tarde
acaba o expediente.
Não há alarde
só um busão lotado de gente.

A passagem não justifica
que até pra entrar
se espera em fila.
E seu conforto onde fica?
Parece lata de sardinha.

Normal pra doméstica ou diarista
chegar em casa abatida
Por fim,
pegar o caderno dos guris
e dar uma lida.

Tenta dar a atenção necessária
para o marido.
Enquanto cozinha,
o mesmo te dá um auxílio.
Tudo pronto.
Sem desconto.
Todos estão servidos.

Entretenimento fútil?
Nem escolho!
Problemas mútuos?
vou colocar os pés de molho!
Nem sempre prazeroso.
De fato cansativo.
Só consigo descanso
enquanto estou dormindo...

Bruno Sanctus.

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Martes, Junio 18, 2013 - 19:54

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