Soneto peregrino

Já parti noutras cruzadas, noutras vidas
Fui cavaleiro num arreio sem ter dorso
No carnaval deste cortejo, ou será corso
No meio do nada, despojada sem guarida

Já me ordenei cristã, sem em mim fazer fé
Travei batalhas mas não sei se as venci
Do meu valor ainda não me convenci
Só muito a custo vou-me mantendo de pé

Sou peregrina, carrego um peito de dor
Talvez eu seja tudo aquilo que não sou
Mas é nos céus que descubro o amor

No palco ri da minha triste e pobre sorte
Fui artesã, moldei em barro a minh´alma
E o meu destino não termina com a morte

Maria Fernanda Reis Esteves
49 anos
Natural: Setúbal

Submited by

Lunes, Noviembre 23, 2009 - 00:46

Poesia :

Sin votos aún

Nanda

Imagen de Nanda
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 12 años 9 semanas
Integró: 10/23/2009
Posts:
Points: 2469

Comentarios

Imagen de HelenaIsabel

Re: Soneto peregrino

Olá Nanda,

Gostei muito de ler este poema.
Um bom mote de reflexão... o destino continua pra lá da morte...
Somos artesãos da nossa alma, do nosso caminho, do nosso destino!

Este vai directo para os meus preferidos!

Beijos Sadinos

Helena

Imagen de Fatima-Rodrigues

Re: Soneto peregrino

na minha opinião, de todos os poemas teus que tenho lido, este é um dos mais belos, e olha que gosto de tudo que escreves Nanda!

Pareceu-me que 'espreitei' tua alma aqui amiga...

Beijos nesse coração lindo

Imagen de Gisa

Re: Soneto peregrino

Belo e delicado, adorei. Abraços

Imagen de MarneDulinski

Re: Soneto peregrino

LINDO POEMA, GOSTEI!
MarneDulinski

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Nanda

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Meditación Entre mim e o vento 5 4.943 02/27/2018 - 13:26 Portuguese
Poesia/Intervención Marioneta 2 3.721 02/27/2018 - 13:24 Portuguese
Poesia/General O Condão 1 3.335 08/28/2012 - 17:58 Portuguese
Poesia/Meditación Carruagem do tempo 1 3.998 07/09/2012 - 08:26 Portuguese
Poesia/Intervención Os renegados 3 4.039 07/02/2012 - 16:11 Portuguese
Prosas/Otros Em repúdio aos claustros (elegia a Junqueira Freire) 1 3.661 05/31/2012 - 14:51 Portuguese
Poesia/General Sons da cachoeira 4 4.185 05/25/2012 - 19:16 Portuguese
Poesia/Fantasía O derradeiro ato 2 3.347 04/28/2012 - 22:55 Portuguese
Poesia/Fantasía Poema de água mel 5 2.898 04/21/2012 - 22:25 Portuguese
Poesia/Meditación Rios d´ alma 3 2.875 03/24/2012 - 19:52 Portuguese
Poesia/Fantasía Alcateia 2 3.615 03/17/2012 - 18:09 Portuguese
Poesia/Meditación Ninguém se cruza por acaso 6 3.295 03/17/2012 - 15:58 Portuguese
Poesia/Meditación Inconfidências 5 3.216 03/10/2012 - 16:05 Portuguese
Poesia/Tristeza Nas asas da fantasia 2 3.924 03/02/2012 - 00:36 Portuguese
Prosas/Comédia Haja paciência... 1 2.954 01/12/2012 - 13:06 Portuguese
Poesia/Meditación (In)casta 0 3.936 12/11/2011 - 19:56 Portuguese
Fotos/Eventos Cont(r)o_versus 1 7.067 12/10/2011 - 21:29 Portuguese
Poesia/Dedicada Arrábida minha 2 3.481 11/26/2011 - 19:52 Portuguese
Poesia/Fantasía Astro rei 4 4.019 11/22/2011 - 16:41 Portuguese
Poesia/Fantasía Metáfora 2 3.627 11/06/2011 - 21:13 Portuguese
Poesia/General Ao sabor do tempo 1 3.946 10/16/2011 - 20:10 Portuguese
Poesia/General (In)coerência 2 2.958 10/01/2011 - 18:07 Portuguese
Poesia/Fantasía Fantasiando 4 3.348 09/27/2011 - 08:26 Portuguese
Poesia/Tristeza Fios de sargaços 1 3.511 09/26/2011 - 00:21 Portuguese
Poesia/Fantasía Basto-me! 2 4.278 09/24/2011 - 18:25 Portuguese