Transformei o tempo em pó

Transformei o tempo em pó.
Se há algo que o tempo não levou foi o teu amor, permaneci intacta a tudo aquilo que se passou. Os dias vão passando, e não resisto aquela vontade imensa de correr até ti e abraçar-te.
Terá valido a pena esperar por ti?
Havia dias em que o sol não brilhava e onde eu morria lentamente enquanto tentava perceber porquê eu. Hoje acordei cedo, percorri lentamente o corredor até à minha caixa de recordações, não imaginava ter tanto sentimento lá.
Encontrei a razão de tanta espera, percebi que o destino me compensou por toda a mágoa que senti. Será que agora posso ser feliz?
Voltei a todos aqueles lugares que deixei porque me traziam as recordações mais bonitas daquilo que éramos. Está tudo tão diferente, as flores estão vivas, o sol brilha e sinto-me completamente preenchida por dentro.
Permanece no meu sonho e no meu mundo, não me deixes sentir-me novamente inútil. Preciso de tudo aquilo que foi apagado do nosso caderno de recordações. Sinto que venci todas as barreiras que o tempo me pôs á frente. Será ilusão?
Hoje mais que nunca, sei que quero continuar contigo, que nada nem ninguém me fará voltar atrás. Quanto tempo menti a mim própria dizendo que eras passado e que nunca mais tomarias um lugar importante na minha vida, mas não consegui, aliás deixei que me levasses pela mão. Preferi agarrar-me uma vez mais ao passado. Não sei porque estou aqui, e muito menos porque deixei que me pegasses na mão e me levasses para o passado.
“ Estou bem e tu?” Foi desta maneira que me atendeste o telemóvel, fiquei sem palavras, a voz que não conseguia escutar á meses, voltou a fazer parte da minha vida. Sabes o que significou sentir a tua voz novamente? Significou que não morri, simplesmente estava adormecida à espera que o tempo voltasse atrás.
São tantas incertezas, tantas frases incompletas e tantas perguntas sem resposta.
“Dá-me apenas um sinal!”
Para sempre:
Claudia Almeida