NIKITTA
Sentada na varanda já noite dentro, e vestida apenas com uma curtíssima e vaporosa camisa de noite preta,Nikita deixava-se acariciar pela brisa quente que, brandamente, lhe ia envolvendo o corpo, transmitindo-lhe uma dolência que a levou a abandonar-se à doce imaginação de se sentir beijada por todo o seu corpo escultural. Reclinou-se languidamente no cadeirão de verga deixando totalmente a descoberto as suas coxas bem torneadas e já bastante bronzedas pelo sol. Nikita é uma mulher deslumbrante.
A cama vazia que tinha atrás de si, no interior do quarto, não a seduzia mesmo nada naquele momento, apesar da noite ir já bem adiantada. Sentia-se muito bem na varanda, a olhar o céu salpicado por milhares de pontinhos cintilantes e iluminado pela luz mansa e prateada do luar intenso que descia até ela e lhe iluminava o corpo, entretanto já a exibir-se esplendoroso em total nudez. Nikita não resistira ao prazer de sentir a brisa morna a envolver-lhe o corpo como duas mãos macias que delicadamente lhe percorriam a boca, os seios e as coxas, que eram as zonas do seu corpo mais sensíveis e onde as carícias da aragem lhe estavam a dar um prazer especial, provocando-lhe inquietação cada vez mais intensa. Ela sentia crescer dentro de si a chama do desejo e deixou-se afundar ainda mais na cadeirão de verga, numa postura cada vez mais lasciva. As mistura do aroma dos pinheiros que rodeam a casa, com o forte cheiro a maresia que o mar, ali tão perto, fazia chegar até si, estavam a perturbá-la cada vez mais, a estimular-lhe o desejo e a causar-lhe tremuras que vindo bem de dentro das suas entranhas lhe inundava o cérebro com pensamentos libidinosos.
Nikita olhou desoladamente para a sua cama vazia e lamentou não ter ali a seu lado o corpo vigoroso de um homem que lhe apagasse o fogo que cada vez mais a consumia interiormente. Pensou em deitar-se e fechar a janela, para ver se longe daquela brisa tentadora ela conseguiria acalmar o desejo que a consumia mas era tarde demais. O corpo estava já incendiado e ela estava completamente perdida. Precisava urgentemente de apagar esse fogoque lhe queimava as entranhas, e na ausência da solução perfeita para o fazer resolveu afundar-se um pouco mais na cadeira, entreabriu as pernas e começou a percorrer lentamente o corpo com as mãos. Não gostava nada do que estava a fazer mas uma vez que tinha começado já não conseguia, e não queria, parar.
A noite continuava quente, o vento intensificou um pouco a sua força e Nikita, perturbada e insatisfeita consigo própria pelo que acabara de fazer, levantou--se finalmente decidida a deitar-se na sua cama vazia. Aquela noite fora determinante para a decisão que acabara de tomar. Não iria resistir mais ao assédio que o director que ela secretariava na empresa, lhe andava há muito a fazer, e que se tornara mais insistente nas últimas semanas. Ela até agora resistira sempre, mas esta noite cálida, a brisa tentadora, a sua cama vazia e o incómodo que sentia pelo que acabara de fazer quebraram a sua resistência. Dai em diante tudo iria ser diferente. Foi pois com esta determinação que Nikita acabou finalmente por adormecer. Eram 5 horas da madrugada.
Submited by
Prosas :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 645 reads
other contents of GuiDuarte
Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío![]() |
Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
![]() |
Fotos/Perfil | 2336 | 0 | 1.664 | 11/24/2010 - 00:48 | Portuguese |
Ministério da Poesia/Meditación | BALANÇO DE UMA VIDA | 0 | 1.833 | 11/19/2010 - 19:10 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Amor | AO LONGO DE NÓS | 0 | 1.920 | 11/19/2010 - 19:10 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Amor | OS BANCOS VAZIOS | 0 | 1.647 | 11/19/2010 - 19:10 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aforismo | UMA NOITE NA CIDADE | 0 | 1.753 | 11/19/2010 - 19:10 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | NAS ASAS DO SONHO | 0 | 1.773 | 11/19/2010 - 19:10 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aforismo | A OBRA-PRIMA | 0 | 1.764 | 11/19/2010 - 19:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aforismo | ESTOU TRISTE | 0 | 1.621 | 11/19/2010 - 19:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aforismo | O BANCO, A MUSA, O BALOIÇO E A NUVEM. | 0 | 2.046 | 11/19/2010 - 19:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Pasión | SENTI-TE | 0 | 1.712 | 11/19/2010 - 19:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Fantasía | UM SONHO, UM MANTO, UM FIO DE PRATA E UM COLAR DE MISSANGAS | 0 | 1.763 | 11/19/2010 - 19:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aforismo | ÉDOMINGO | 0 | 1.705 | 11/19/2010 - 19:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Amor | A CIDADE, O POEMA E AS NUVENS BRANCAS | 0 | 1.686 | 11/19/2010 - 19:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aforismo | A MULHER E A FLOR | 0 | 1.634 | 11/19/2010 - 19:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aforismo | DEUSA NUA | 0 | 2.358 | 11/19/2010 - 19:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aforismo | LÁGRIMAS | 0 | 1.895 | 11/19/2010 - 19:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aforismo | A AUSÊNCIA OU A DISTÂNCIA | 0 | 1.887 | 11/19/2010 - 19:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aforismo | DEVANEIO | 0 | 1.878 | 11/19/2010 - 19:08 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Fantasía | A VIDA É UM SONHO | 0 | 1.534 | 11/19/2010 - 19:06 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Amor | CINQUENTA ANOS MAIS TARDE | 0 | 1.741 | 11/19/2010 - 19:06 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Tristeza | QUANDO O FAROL SE APAGOU | 0 | 1.758 | 11/19/2010 - 19:06 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Amor | CINQUENTA ANOS MAIS TARDE | 0 | 1.804 | 11/19/2010 - 19:06 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aforismo | OS POETAS NUNCA MORREM | 0 | 1.724 | 11/19/2010 - 19:06 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aforismo | SER POETA | 0 | 1.461 | 11/19/2010 - 19:06 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aforismo | SINTRA | 0 | 1.901 | 11/19/2010 - 19:06 | Portuguese |
Add comment