O INFINITO APÓS CADA VÍRGULA
A poesia é um espólio vertido
em palavras que são como que gavetas da alma
qual formigueiro se prepare para o Inverno.
Onde a chuva é fingimento
que corre por um rio de charadas
cuja nascente é numa montanha-russa louca.
Um rio de correntes
remadas por todos os sentidos
cuja foz é um céu de destinos bravios.
Destinos baralhados
num corrupio de desejos
qual Olimpo fosse tomado pelos amantes.
Um Inverno
onde o frio é solidão cuja madrugada
é um lençol de urtigas na pele.
É um espólio manuscrito
diante os olhos que escondem o silêncio
ao calha nos recônditos imaginários do poeta.
Diante o ouvido
da mente cuja melodia é um deserto
onde se abriga o pensamento das fúrias
do mar de ser.
Diante os sonhos
quando o poeta inventa tempestades
qual palma lhe esbofeteasse as faces.
Bofetadas de água fria
para que ele acorde pisando o real chão do ego.
Manuscritos raptados á boca
cujas falas são parágrafos à espera
de algo qual morto espere o juízo final.
Fins diante o corpo
onde cada poro é uma cave
cujo mofo são gritos tolhidos por desespero.
A poesia é um momento
onde cada palavra é uma mão
que se estende muda.
Uma mão desnuda
que se deixa abrir pelo olhar
de quem a segura qual anzol pesque tubarões.
Um poema
é uma mala de viagem
pelos textos da vida onde o poeta
conclui a voz sobre o infinito após cada vírgula.
Vírgulas cuja curva
é uma lua de venenos qual maça
acinzentasse o paraíso de sementes pecadas.
Onde cada árvore
é um verso de serpentes
cujo rastejar são lágrimas de amor.
Onde cada sombra
é uma procura de caminhos em prosa
de um só caminho acrobata, a imortalidade.
Submited by
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 2614 reads
Add comment
other contents of Henrique
Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío![]() |
Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Amor | OLHAR ANDANTE PELA MADRUGADA | 2 | 3.665 | 07/21/2009 - 05:23 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | APARÊNCIAS SÃO UMA FORMA DO NADA | 4 | 3.424 | 07/21/2009 - 05:17 | Portuguese | |
Prosas/Pensamientos | POETA PERFEITO... | 1 | 10.770 | 07/19/2009 - 18:45 | Portuguese | |
Prosas/Pensamientos | CEMITÉRIO DAS ERAS... | 1 | 12.676 | 07/19/2009 - 18:43 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | OCEANO QUE O MEDO AFOGOU | 6 | 1.890 | 07/19/2009 - 03:13 | Portuguese | |
![]() |
Fotos/Caras | PASSION FACES | 2 | 5.070 | 07/18/2009 - 02:33 | Portuguese |
Poesia/Amor | LETRAS DE LUA | 5 | 1.458 | 07/17/2009 - 17:51 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Parabéns (MariaMateus) | 2 | 1.682 | 07/16/2009 - 20:56 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | BEIJO COM SOMBRA DE ADEUS | 3 | 966 | 07/16/2009 - 20:49 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | AFINAL QUE SER É DEUS? | 6 | 2.028 | 07/12/2009 - 21:48 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | SERÁ DEUS UM OBJECTO? | 2 | 2.590 | 07/12/2009 - 16:42 | Portuguese | |
Poesia/Pasión | ESTREMECER DO TEU VENTRE | 2 | 3.109 | 07/12/2009 - 14:30 | Portuguese | |
Poesia/Pasión | SUJO A ALMA DE EXCITAÇÃO | 1 | 3.159 | 07/12/2009 - 14:21 | Portuguese | |
Poesia/Amor | SORRIR NÃO MENTE SENTIR | 2 | 2.541 | 07/09/2009 - 23:22 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | INTERVALO DE AMOR | 3 | 6.113 | 07/09/2009 - 21:28 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | QUEM ME LÊ DESPE O QUE SINTO | 3 | 3.079 | 07/09/2009 - 19:43 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | ÀS ESCONDIDAS COM AS PALAVRAS | 0 | 7.199 | 07/09/2009 - 01:08 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | POR ENTRE SUSPIROS E AIS | 3 | 4.386 | 07/08/2009 - 10:31 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | O PIOR DE TUDO | 2 | 3.225 | 07/08/2009 - 04:53 | Portuguese | |
Poesia/Amor | NA SAUDADE CULPAS CAEM FALIDAS | 3 | 6.196 | 07/08/2009 - 04:48 | Portuguese | |
Poesia/Intervención | ELES SABEM O QUE SOMOS | 3 | 8.787 | 07/08/2009 - 04:43 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | RAIZ DO SILÊNCIO | 8 | 4.055 | 07/07/2009 - 21:44 | Portuguese | |
Prosas/Pensamientos | ENTRAR NA ALMA | 1 | 7.834 | 07/07/2009 - 02:24 | Portuguese | |
Poesia/Amor | ÉS NÉCTAR DE POESIA | 5 | 2.677 | 07/06/2009 - 14:15 | Portuguese | |
Poesia/Pasión | ARCO-ÍRIS | 4 | 2.113 | 07/04/2009 - 01:34 | Portuguese |
Comentarios
Onde cada sombra é uma
Onde cada sombra
é uma procura de caminhos em prosa
de um só caminho acrobata, a imortalidade.
Muito belo.
Cada caminho
um lugar fraseado
em esquinas versejantes
infinitos da poesia.
Um abraço.
Vitor.
Poesia, são momentos de
Poesia, são momentos de encantamento ou desencanto,
encontro e desencontro, alegria e tristeza, tudo o que sonhamos
e interpretamos com o coração, uma infinidade de palavras mágicas
que nos dão a conhecer momentos de extase, com ela parece-nos que nada nos falta.
Belo como sempre.
Do alto da montanha-russa da
Do alto da montanha-russa da vida, a vista é deslumbrante e até
é possível um mergulho. E já que a água está fria, mergulhemos
na poesia...
Comentário
Realmente, após uma virgula no escrito podemos ter o infito no emaranhados dos verso, uma bela meditação.