Glândulas sudorí(feras?)...

Ás vezes acho que não pertenço aqui...
Nem aqui nem a nenhuma parte do mundo...
Talvez nem a nenhum mundo sequer...
Respiro o mesmo oxigénio,
respeito a mesma gravidade,
mas na verdade sou estranha a tudo o resto...
Se calhar não presto para ser humana!
(Se calhar ser humana é que não presta...)
Ás vezes, que são tantas, olho à minha volta
e tudo me revolta ou entristece...
Há um encanto sedutor qualquer na maldade
que não entendo...
E uma insegurança triste no poder que me causa muita pena...
O poder deveria ser uma responsabilidade,
mas não, é uma estranha e tacanha ambição
que castra quem o recebe de medo
de o perder...
O mundo é governado por poderosos castrados,
de pernas encolhidas,
montados em falos de borracha...
E eu nasci com a terrível capacidade de os reconhecer
à distancia,
impotentes e incontinentes,
a mijarem-se de medo que os descubram,
a gritarem e a gesticularem todos suados,
a escorrerem incompetência pelos poros encharcados...
E eu rio-me...
E ás vezes estendo um lenço de papel enquanto lhes digo:
-Limpe-se porque fede!

 

Inês Dunas

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Miércoles, Febrero 9, 2011 - 12:44

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Lindo Poema protesto, gostei

Lindo Poema protesto, gostei de sua escrita, tem momentos qe temos que gritar, mesmo que seja

atrés de um Poema marcante como o seu, mas podes ter certeza, que as coisas passam e depois vem a

bonança!

Um abração,

MarneDulinski

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:))

Beijinho em si Marne querido!

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