MUSAS VESTIDAS DE PEDRAS DE GELO

Fervilham mansões
de abandono amontoadas caos
na palavra incompleta do meu olhar.

Dissimulado calvário
de musas vestidas de pedras de gelo
me perseguem os lábios desaguados em ausência.

Engalinhado grito
me dou dando à manivela os dias
que andam descalços sobre choros aleatórios
no meu fogo extinto na carne de uma erva seca.

Rumores de raiva
me atam ao tempo desaparecido
na esquina de uma ruga aventurada
em lugares longínquos da minha cronologia.

Ciclones de cores vivas
encapelam-se em vagas de vendavais
aportados em mim fantasma do amor de ninguém.

Frustrada catástrofe
em trapos de pianos teclados por ruas de água rouca
narrada pelas minhas lágrimas de adeus.

Multidões mortas
embarcam em rajadas pseudosociais
galgam o cais do infinito varrido do voo da mente
numa franja de mentiras.

Sonhos de bolso roto
pulsam fúrias de voz esfolada
por hóstias servidas em bandeja suja por cio.

Orgasmos vedados
por cosméticos de esterco a construir pontes
entre o céu da tristeza e o inferno do corpo.

Amores mumificados
jazem em garrotes de esperança
que fede infame a odores de olhos pútridos.

Beijos rejeitados ao relento
de uma navalha feita de luares arrufados
por namoros maroscadamente argumentados de traição.

Vertigens paridas
de nuances bastardas
ascendem a alma a carrosséis germinados de dor.

A sombra da vida e a luz da morte
são mãos invisíveis que de mim dispõem
como pedra de um xadrez mirabolante na fome da poesia.
 

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Sábado, Febrero 19, 2011 - 20:00

Poesia :

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Henrique

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Comentarios

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Na fome da poesia nasce  esse

Na fome da poesia nasce  esse poema intensamente belo e original.

Adorei!

Beijosmiley

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MUSAS VESTIDAS DE PEDRAS DE GELO

HENRIQUE!

A sombra da vida e a luz da morte
são mãos invisíveis que de mim dispõem
como pedra de um xadrez mirabolante na fome da poesia.
 

Lindo poema, meus parab éns,

MarneDulinski

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