Genesis...

Há um tempo impaciente roendo as maçãs do nosso rosto,
o suco doce das nossas lágrimas amargam o mel dos sonhos,
num gosto acre de medo que em lacre de segredo sela promessas...
Há um caroço de nó de garganta que nos desce devagar,
rasgando esperanças em intolerâncias ridículas...
Vi-te partir milhões de vezes mas nunca te vi chegar
às margens dos meus braços...
Caminhei milhares de Invernos em desertos dos teus passos
e saciei a sede em pegadas tuas,
bebendo devagar as palavras que nunca me disseste...
Há um horizonte onde o Oriente se encontra
entre o poente e o nascente num crepúsculo despertado...
E mãos desenhadas por um destino sábio que sempre nos amou...
As sombras nuas do meu corpo esperam por ti
no rubor de um pôr do sol qualquer,
onde deixaste a mulher que um dia amaste longe demais...
Num sonho tatuaste o teu nome no meu lábio
e nunca mais proferi outro sem pensar em ti...
Depois o espaço nasceu entre nós semeando universos e constelações de angustias
onde apenas só existiam versos e poemas...
Erramos separados e arrancados das nossas almas a redimir-mos o amor...
E hoje estou nos limites do Éden da vida de joelhos a rezar
a redenção do nosso regresso...

Submited by

Lunes, Marzo 7, 2011 - 17:09

Poesia :

Sin votos aún

Librisscriptaest

Imagen de Librisscriptaest
Desconectado
Título: Moderador Prosa
Last seen: Hace 12 años 31 semanas
Integró: 12/09/2009
Posts:
Points: 2710

Comentarios

Imagen de MarneDulinski

Genesis...

Maravilhoso texto, gostei demais!

Meus parabéns,

MarneDulinski

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Librisscriptaest

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Tristeza Quimeras... 2 6.301 06/27/2012 - 15:00 Portuguese
Poesia/General Presa no transito numa sexta à noite... 2 3.877 04/12/2012 - 16:23 Portuguese
Poesia/Dedicada Santa Apolónia ou Campanhã... 2 3.092 04/06/2012 - 19:28 Portuguese
Prosas/Otros Gotas sólidas de gaz... 0 3.182 04/05/2012 - 18:00 Portuguese
Poesia/General Salinas pluviais... 1 3.394 01/26/2012 - 14:29 Portuguese
Prosas/Otros Relicário... 0 3.710 01/25/2012 - 12:23 Portuguese
Poesia/General A covardia das nuvens... 0 4.120 01/05/2012 - 19:58 Portuguese
Poesia/Dedicada Arco-Iris... 0 4.432 12/28/2011 - 18:33 Portuguese
Poesia/Amor A (O) que sabe o amor? 0 4.127 12/19/2011 - 11:11 Portuguese
Poesia/General Chuva ácida... 1 3.443 12/13/2011 - 01:22 Portuguese
Poesia/General Xeque-Mate... 2 3.650 12/09/2011 - 18:32 Portuguese
Prosas/Otros Maré da meia tarde... 0 3.598 12/06/2011 - 00:13 Portuguese
Poesia/Meditación Cair da folha... 4 4.380 12/04/2011 - 23:15 Portuguese
Poesia/Desilusión Cegueira... 0 3.759 11/30/2011 - 15:31 Portuguese
Poesia/General Pedestais... 0 3.924 11/24/2011 - 17:14 Portuguese
Poesia/Dedicada A primeira Primavera... 1 3.782 11/16/2011 - 00:03 Portuguese
Poesia/General Vicissitudes... 2 4.250 11/15/2011 - 23:57 Portuguese
Poesia/General As intermitências da vida... 1 4.253 10/24/2011 - 21:09 Portuguese
Poesia/Dedicada O silêncio é de ouro... 4 3.247 10/20/2011 - 15:56 Portuguese
Poesia/General As 4 estações de Vivaldi... 4 4.507 10/11/2011 - 11:24 Portuguese
Poesia/General Contrações (In)voluntárias... 0 3.895 10/03/2011 - 18:10 Portuguese
Poesia/General Adeus o que é de Deus... 0 3.697 09/27/2011 - 07:56 Portuguese
Poesia/General Limite 2 5.176 09/22/2011 - 21:32 Portuguese
Poesia/General Quem nunca fomos... 0 4.297 09/15/2011 - 08:33 Portuguese
Poesia/General Antes da palavra... 1 4.863 09/08/2011 - 18:27 Portuguese