Quando Partiste
Ao ver-te, acalmou-se-me o pranto.
Tal como tantas vezes em vida o fizeste com a magia do teu afago.
Vestias a serenidade dos mortos.
E aos mortos,
pela sua serenidade,
chego a achá-los perfeitos.
Despidos de expressão,
desaparecidas as sobrancelhas cerradas da tempestade em fúria;
as lágrimas de uma primavera que parte;
o sorriso, essa breve brisa numa ribeira...
apagado enfim, o rasto de sonho indefinido...
O vazio tranquilo de uma linha simples e pura
que habita eterna o silêncio dos tempos
onde se apagam os sinais e a vida,
essa efémera luminescência de absoluto,
absorvida talvez,
na serenidade tranquila da perfeição intuída
que nos acompanha até ao fim.
E se depois do luto,
esse intimo suspiro desencantado,
ou choro infantil de criança perdida,
te venero a memória,
encontro-te agora mais presente e mais poderosa(o) do que qualquer vivo.
Isto tudo porque,
ao olhar-te o corpo inerte e vazio,
nada mais vi do que um amontoado de carne despida de sentido.
Uma acabada mortalha onde não coube o teu ser,
que se aloja agora eterno, na memória que de ti se fez.
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Comentarios
Intenso. Profundo. Parido
Intenso. Profundo.
Parido no amor e na dor.
Tenho pena de não ter podido ir à tua apresentação.
Um abraço.
"O vazio tranquilo de uma
"O vazio tranquilo de uma linha simples e pura
que habita eterna o silêncio dos tempos
onde se apagam os sinais e a vida,
essa efémera luminescência de absoluto,
absorvida talvez,
na serenidade tranquila da perfeição intuída
que nos acompanha até ao fim."
Pela parte acima citada, de fino recorte, e pelo poema inteiro, os meus sinceros aplausos.
Abraço mui fraterno
A excelência do teu poema com
A excelência do teu poema com a força das palavras que nos comovem com a dor da perda,o luto. Mas,ficamos com uma certeza: a memória que guarda a essência daquele que parte.
Abraço!
Triste, doído, a morte nos é
Triste, doído, a morte nos é inevitavel e embora todos sabemos disso nunca estamos preparados para ela.
Abraços fraternos.
Poema intenso , cheio da
Poema intenso , cheio da tristeza da partida
essa que fica cravada na alma e na carnedo poeta ...
Sem dúvida dev eras comovente ....
"Só tu sabes o tamanho da tua dor "
Um beijo
Susan
Quando Partiste
Linda despedida fúnebre!
isto tudo porque,
ao olhar-te o corpo inerte e vazio,
nada mais vi do que um amontoado de carne despida de sentido.
Uma acabada mortalha onde não coube o ter ser,
que se aloja agora eterno, na memória que de ti se fez.
Meus sentimentos lutuosos!
MarneDulinski