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ELOGIOS XXIII
23
Para servir de prologo ao drama
«Nuno Alvares Pereira»
(Representado no Theatro da Rua dos Condes, no anno de 1801)
V arão digno de Lysia, ou Roma, ou Grecia,
(Quando Grecia existiu, quando houve Roma);
Alta planta de reis, até dos mesmos
Que, só mortaes na essencia, o Tejo adora;
Pereira, aos seus, e a si pavez tremendo,
A dragos, a leões Alcides novo,
Vivo na tradição, na historia vivo;
Aquelle, a cujo ferro, a cujo raio
Da intriga, da traição caíram monstros,
E rôtas no alicerce, e derrocadas,
As torres da ambição, do orgulho as torres;
Aquelle, que, insoffrido a jugo extranho,
Foi base onde João manteve o solio,
Que aposta durações co'a eternidade:
Nuno, o maior talvez dos lusos Martes,
Que á publica razão, que ao bem da patria
Deu sangue, deu suor, deu pensamentos;
Que, surdo á natureza, em gloria absorto,
No peito aniquilou privado affecto,
E, de louros sombria a fronte excelsa,
Fatigadas por elle as tubas cento,
Em sagrado retiro ergueu da terra
(Cá d'entre os reis de pouco ao rei de tudo)
A mente, digna só da immensa Idéa;
Illusões expulsou, despiu phautasmas,
Achou verdade o homem, sonho o grande:
Eis o que hoje na scena, honrando a, surge,
Aos lusos explendor, saudade, exemplo;
Semente, que expelliu milhões de assombros
Na edade em que medrou, nas que a seguiram.
Mas não sómente, oh patria, o claro objecto
Te domine a attenção, te chame os olhos:
Se abala os corações caracter grande,
Infausta condição quem não comrnove?
A Musa em que apparece o gran Pereira,
Negramente fadada, urdiu nas sombras
Difficil têa, que palpava incerta;
Do miserando auctor nos olhos tristes
Eterna escuridão pousou mais cêdo.
Nos abysmos da morte, á luz sumido,
Fervendo em sancto amor, que as leis arreigam,
Colhe entre espinhos de árida existencia
Fructos de gloria com que brinde a patria,
Propicio nome, que lhe ameigue os fados.
Que direito ao louvor ! Que jus ao pranto !
Chora seu fado, oh Lysia, honra seu nome.
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