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A Filha de Maria Angu– Ato Terceiro - Cena II

Cena II

Os mesmos, Clarinha, Povo

(Clarinha vem exageradamente vestida, e acompanhada pelo povo.)

Coro - Ei-la! Ei-la! Vem tão janota!

Ei-la entre nós de novo enfim!

Mas que fatiota!

Onde ela foi vestir-se assim!

Cardoso Chegaste enfim!

Chica De onde vem tu?

Cardoso - Como é que assim nos aparece?

Chica - Deus me perdoe! Já não pareces

A filha de Maria Angu!

Coro - Deus me perdoe! Já não pareces

A filha de Maria Angu

Coplas

I

Clarinha - Fizestes muitos sacrifícios

para que eu não tivesse vícios,

E eu tive sempre paciências

de aparentar muita inocência!

Constante fui no fingimento;

Sonsa como eu nenhuma havia!

Tudo isso, devo ao meu temperamento,

Por temperamento eu fingia!

De Maria Angu

Eu cá sou filha, não há negar.

II

- Sou Clarinha Angu!

Filho de peixe sabe nadar...

Olhem lá!

Venham cá!

Sou Clarinha Angu!

Coro - De Maria Angu

Ela é a filha, não há de negar! etc.

Clarinha - Íeis me dar, não duvido,

Um maridão, um bom marido,

Porém a outro namorado

Meu coração eu tinha dado!

Querendo, embora por estúcia,

Impedir esse casamento,

Eu fiz com que me prendesse esta súcia!

Tudo por meu temperamento

De Maria Angu, etc.

Botelho - Como? pois foi por causa do teu temperamento que fizeste todo esse destempero?

Chica - Por que não nos disseste francamente a verdade, em vez de te deixares prender?

Cardoso - E como foste dar com o costado na Corte?

Clarinha (À parte.) - Aproveito a mentira do Sampaio. (Alto.) Fui para a Corte à disposição do chefe de polícia, que me mandou embora... Depois contarei tudo. Só o que lhes digo é que jugo ser traída!

Todos - Traída!

Clarinha - Por meu namorado!...

Chica - Não é outro senão Nhonhô Bitu!

Clarinha - Sim! É Bitu, é! E o que eu suspeito é verdade! Não me casarei com ele...

Cardoso - Nisso fazes bem!

Clarinha - E ficarei solteira toda a minha vida!

Gaivota - Nisso fazes mal!

Teresa - E Barnabé?

Guilherme - Sim! Que lugar reservas em tudo isso para Barnabé?

Clarinha - Não se ocupem com ele; ficou preso na Corte.

Todos - Preso!

Clarinha - Também depois hei de contar-lhes isso... Não estejamos cá. Há de vir aqui alguém, que encaminhei para cá, e não quero que me veja. Viva Deus! Hei de provar-lhes que sou a filha da minha mãe!

Botelho - Não parece a mesma...

Cardoso - Filho de peixe sabe nadar.

Clarinha - E ainda não viram nada!

Guilherme - E esse vestido? Quem foi que te pôs nesse chiquismo?

Clarinha - Foi meu pai!

Todos - Seu pai?!...

Clarinha - o Barão de Anajá-mirim!

Chica - O Barão de Anajá-Mirim?... É ele!...

Todos - Quem?

Chica - O Barão do Hotel Ravot!

Clarinha - Também depois hei de contar-lhes isso! Vamos! (Saída geral, com um motivo no último Coro. Entra Sampaio, disfarçado, com um grande chapéu desabado e barbas postiças.)

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quarta-feira, abril 15, 2009 - 23:29

Poesia Consagrada :

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ArturdeAzevedo

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