CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
“From above to below”
“From above to below”
(Dali por mim)
Quando a facilidade de escrever se insubordina, escrevo e escrevo e escrevo; transformo-me em caudilho do que digo, converso conversas sem contexto quando a ocasião não me facilita a escrita, como agora de certeza, nada me ocorre que valha a pena ser escrito ou conversado, nem me convenço do que afirmo ter uma ordem certa, alfabética.
O labirinto é o fauno e uma única tarefa imortal só na alma e na do poeta o fio da meada.
A fome e a sede são circunstâncias.
Defino-me como a excepção intuitiva, não entendo os outros nem pretendo ser entendido por todos, não ajo nem ando como a maioria das pessoas.
Não me sinto culpado por não me fazer entender, é uma questão de consciência, não uma tragédia.
A fome e a sede são insignificâncias perante a existência de cada um, mas concorrem e especializaram-se, cada uma à sua forma para o triunfo da mente humana e para que as palavras falem às vezes connosco e as entendamos.
A noção simples de existência é esmagada pela sede e pela fome mais que pela miséria insana, embora sejam uma trindade, uma trilogia, outra palavra em voga e em moda; Já o que me costuma manter vivo é um desejo de comer e beber, absurdo para alguns, para outros, compreensível ou a regra “Sine qua non”.
Defino-me como a excepção não pela inteligência ou habilidade, mas pela simplicidade e pela intuição, como água de uma fonte ou um pedaço de pão na mão de um miserável esfomeado mas autêntico, assim sou eu e sempre, serão a sede e a fome também autênticas quanto o Jonas e a Baleia.
Basta-me ver rosas, beber vinho e uma conversa com a cabeça ou o estulto projecto de a manear assim como um mundo.
O vinho ajuda a reparar injustiças e o esplendor da beleza feminina, uma dádiva da natureza, um requinte, uma arte, um conforto.
Quando a finalidade ao escrever é de desvendar territórios remotos temos que contar com a nossa competência de aventureiros mas também com a capacidade das lanças hostis, a disciplina de falanges nómadas ou do açoite do deserto na lona das caravanas, a bigorna do sol-rei nas têmporas das hostes guerreiras, os pórticos inúteis no coração da Mongólia guardados por fiéis disciplinados e profecias que a história nega aos de hoje.
Quando a facilidade de escrever se insurge da rotina dos meus hábitos, surgem-me pensamentos nos nós dos dedos e nos actos mais tacanhos ou mesquinhos, sendo a distracção um contraponto, a abstracção uma costureira e a teia, forma o que penso, o fio da meada ou reverso da moeda.
A bebedeira é um profundo bem-estar e podemos encontrar a nosso carácter atrás dele, em longas taças, em pequenos goles.
Para mim a vista é o julgar que se vê, o crer que se vê sem ver; o paladar, um ritual degustativo, quando chega ao palato o sabor do chocolate derretido na língua assim como o café junto com o açúcar, inseparáveis quanto o charuto dispendioso e o fumador rico, anafado, o sultão de Constantinopla com o séquito do harém, todas com longas tranças e a fumaça das mil e uma noites.
O excesso de recordações é uma contrariedade infinita, torna-me suspeito de incompetência e incapaz de viver “do novo”, sem encontrar soluções no “atrasado”, “From above to below” sujeito apagado e cerimonial do que assumi como sendo igual ou equiparado a genial, sendo absurdo isto tudo, esta ida “non Stop”nesta ideia de vida.
Joel Matos
Submited by
Ministério da Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1868 leituras
Add comment
other contents of Joel
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Ministério da Poesia/Geral | Eu sou tudo aquilo por onde me perco… | 420 | 4.308 | 03/30/2019 - 17:17 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Minha alma é um lego | 506 | 4.707 | 03/30/2019 - 17:19 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | V de Vitória - Revolução - | 537 | 4.474 | 04/03/2019 - 16:43 | Português | |
Poesia/Geral | O erro de Descartes | 479 | 2.840 | 04/09/2019 - 11:49 | Português | |
Poesia/Geral | Como terra me quero, descalço e baixo ... | 480 | 2.148 | 04/09/2019 - 11:52 | Português | |
Poesia/Geral | - Papoila é nome de guerra - | 359 | 36.246 | 04/09/2019 - 11:56 | Português | |
Poesia/Geral | Certidão de procedência | 406 | 3.187 | 04/09/2019 - 11:58 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Convenço, convencei, convençai… | 491 | 3.707 | 04/09/2019 - 12:00 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | O Gebo e o Sonho. | 404 | 4.007 | 04/10/2019 - 10:48 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Colossal o Oceano, | 434 | 3.794 | 04/10/2019 - 10:49 | Português | |
Poesia/Geral | Último Poema | 435 | 3.841 | 04/10/2019 - 10:50 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Trago em mim dentro | 771 | 4.982 | 04/10/2019 - 10:53 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | À dimensão do horto … | 347 | 6.906 | 04/11/2019 - 09:45 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Ridículo q.b. | 509 | 3.896 | 04/12/2019 - 16:22 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Sofro por não ter falta , | 612 | 5.026 | 04/13/2019 - 11:39 | Português | |
Poesia/Geral | A ilusão do Salmão ... | 544 | 3.608 | 04/14/2019 - 19:45 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Calmo | 332 | 3.065 | 04/14/2019 - 19:46 | Português | |
Poesia/Geral | (Vive la France) | 465 | 4.424 | 04/14/2019 - 19:48 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | O Cavaleiro da Dinamarca. | 780 | 3.875 | 04/14/2019 - 19:52 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Frágil | 353 | 5.139 | 04/14/2019 - 19:53 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Posso soltar as asas… | 330 | 3.268 | 04/14/2019 - 19:58 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Por amor ao meu país… | 230 | 4.045 | 04/23/2019 - 09:05 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Como rei deposto numa nação de rosas ... | 266 | 7.035 | 04/23/2019 - 09:37 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Na extrema qu’esta minh’alma possui. | 156 | 2.192 | 04/24/2019 - 20:03 | Português | |
Poesia/Geral | Tesoureiros da luz, | 677 | 11.547 | 05/09/2019 - 10:59 | Português |
Comentários
.
.
.
.
.
.