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Em tempos quis o mundo inteiro

Em tempos quis o mundo inteiro

Em tempos, quis o mundo inteiro,
Hospedado no peito, redondo e obeso,
Perpétuo como um relojoeiro,
Um peito de soldado raso, desconhecido…

Era criança e havia amar,
Eternidade, justiça e razão…
E um lar… um veleiro vulgar,
E um timoneiro sem tripulação.

Hoje sou ilícito e estrangeiro,
Partido fui; metade do coração, eu entendi…
E o mundo que já cobicei como o ouro, era outro
Ficou perdido, em nenhum outro lado, fora d’mim.

Acabei por fim, a não pensar em nada,
Até que acabou o meu tempo,
Escondido numa caixa enganosa, redonda…
Num habitual descontentamento.

Eu…a quem o mundo não bastava,
(Se nem eu, nem ele sabíamos que o outro existia)
Agora, pouco do que tenho e sinto, é seu…
Nem isto que escrevo, indefinido e a eito, sem serventia…

Basta hoje o dia não ser tão feio,
Pra ver no céu fiel a alegria que sinto ainda no peito,
Porque na terra, o que esperava não veio,
A minha alma foi sepultada num árido e seco deserto.

Joel Matos (04/2011)
http://namastibetpoems.blogspot.com

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segunda-feira, março 5, 2018 - 17:52

Ministério da Poesia :

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