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5 da manhã
São 5 da manha. Consumida pelo cansaço em que me encontro... ou melhor já não me encontro. Perdida num vago encontro de caos. Sobra-me o sentido pendurado na vertigem da alucinação. Estou em pé. Junto à janela. Afasto as cortinas. Não gosto do que vejo. E deixo-me cair. TOMBO! E não me levanto! Fico deitada. A perspectiva do nada transforma-se. Passo a vislumbrar tudo que se verga ao meu olhar, num plano totalmente subjagado aos meus pés. A estranheza do meu estado taz gargalhadas mergulhadas em mim. Só eu as oiço. Aprecio o momento...e parece que para ver melhor tenho de fechar as vistas ao mundo e ao de leve passo a lingua pelos lábios inferiores. Vejo o que quero ver. Tenho a imaginação tal e qual como a quero...aos meus pés, longe da realidade, lá longe, fora da janela. Imagino que tu estás junto a um corpo. A minha consciência impede-me de discernir de quem é o corpo. O corpo encontra-se envolto numa névoa que retira todo o seu perfil. Nem o semblante vejo. Nada! Queria acreditar que seria o meu... mas a verdade, é que ... a realidade encontra-se bem longe mas eu estou aqui. O eu consciente não larga o subconsciente. De que me interessa estar longe de todos, se tenho o maior acusatório nesta sala: EU!! Nem sequer consigo ver o que quero.
Elsa Menoita
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Poesia :
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