CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Desejo-te ou desejo este desejo?!
Encontro-me sentada no sofá. A música deixa rasto neste canto, não sendo por mim recebida. Sinto-me envolvida na volúpia que encontro no teu olhar. Teu olhar que acolhe o meu corpo. Meu corpo que te pede luxúria. Apetece-me vagabundear sobre a nossa intimidade que ambiciono. Peço ao passado que me traga o calor do teu pescoço, com o cheiro entranhado na derme. Ainda sinto teus lábios presos entre meus dentes. Ainda sinto o momento.
Desejo-te e não sei o que isso é; só sei que me estonteia de tanto me agarrar afincadamente a este desejo, não desejando perdê-lo. Será este desejo uma brisa que se transforma em tornado que me acorda, que me açoita os sentidos e me lembra que estou aqui? Será que dou permissão a este desejo coexistir porque desejo ter este desejo? Será este desejar o desejo que o faz sobreviver ou será o objecto do desejo que o aviva? Sinto que a serenidade já há muito foi escamoteada pelo desejo. Este não vive da ilusão, mas comporta a ilusão como vertente virtual, enquanto expressão da minha realidade vedada aos outros.
Em emoções sou de poucas certezas. Tudo me surge carregado de neblina, a razão e até as tuas expressões. Tenho só uma certeza: não desejo qualquer um e porquanto não é a busca de prazer o meu móbil. Não é a necessidade que me atormenta. A necessidade é limitada mas não o desejo. A necessidade de prazer não pode ser minha – eu sei-o.
Será que este desejo de prazer, que permiti insuflar com o tempo, aumenta pelo perigo que me deveria afastar dele? Por vezes penso que não pretendo a satisfação deste prazer, mas por outras acho que controlo o sentido do meu querer para fugir à culpa. Por vezes, as minhas insistentes entregas ao desejo deixam-me cair no fosso que própria cavei e que me faço enfrentar perante a censura moral, que condena o meu tão desejado desejo. Penso em culpa: culpa de um pensamento, de uma palavra, de um gesto, de um toque, de um coito, de um gemido... só sinto culpa porque o outro me pode culpar. Mas sei que sou fraca e que me deixo entregar facilmente ao erotismo, fugindo da culpa rapidamente, que me quer ceifar o desejo ... ai!, como me possui este desejo!! Rapidamente me faço encontrar com o sustentáculo que me mantém na vertical: este desejo.
Será este desejo um preenchimento de um tédio? Mas como pode o tédio ter espaço na minha vida, se tento nunca lhe dar espaço de coexistência? Até porque se assim fosse não escolheria eu o objecto de desejo bem mais acessível, para concretizar a satisfação de prazer? Pois, mas, não procuro prazer, é verdade. Sinto-me tão embrulhada em pensamentos. Sinto-me tão desejosa de me embrulhar em teus braços.
Ai!!
Elsa Menoita
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 485 leituras
other contents of elsa
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Amor | nunca mais os vi....nunca mais os vi.... | 0 | 463 | 05/17/2011 - 00:12 | Português | |
Poesia/Geral | Culpem-me só depois de me conhecerem | 0 | 588 | 05/15/2011 - 20:17 | Português | |
Poesia/Geral | As rugas são quem fui | 0 | 596 | 05/15/2011 - 20:10 | Português | |
Poesia/Erótico | Fica... | 0 | 473 | 05/15/2011 - 20:07 | Português | |
Poesia/Meditação | Pouco resta de quem somos | 0 | 517 | 05/15/2011 - 19:52 | Português | |
Poesia/Tristeza | Infelizes | 0 | 476 | 05/15/2011 - 19:44 | Português | |
Poesia/Tristeza | SÓ….MAS NUNCA SERÁ SÓ | 0 | 627 | 05/15/2011 - 19:32 | Português | |
Poesia/Geral | Entalada pelo tempo. Empurrada pela obrigação | 0 | 566 | 05/15/2011 - 18:46 | Português | |
Poesia/Meditação | Tempo que deixei restar | 0 | 522 | 05/15/2011 - 18:37 | Português | |
Poesia/Geral | 5 da manhã | 0 | 531 | 05/15/2011 - 18:34 | Português | |
Poesia/Tristeza | Bailado entre vazios | 0 | 464 | 05/15/2011 - 18:30 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Palavras do silêncio | 0 | 420 | 05/15/2011 - 18:26 | Português | |
Poesia/Geral | Rascunhos no café | 0 | 546 | 05/15/2011 - 18:24 | Português | |
Poesia/Erótico | Não tenho chão; mas, tenho o mundo da ilusão!! | 0 | 447 | 05/15/2011 - 18:22 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Já são só corpos!! | 0 | 562 | 05/15/2011 - 18:19 | Português | |
Poesia/Meditação | Sintomatologia da liberdade | 0 | 483 | 05/15/2011 - 18:12 | Português | |
Poesia/Meditação | Sobre liberdade | 0 | 539 | 05/15/2011 - 18:08 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Estática, fujo para o vazio. | 0 | 496 | 05/15/2011 - 18:06 | Português | |
Poesia/Desilusão | Quem tu és?!: és a nossa imagem | 0 | 494 | 05/15/2011 - 18:02 | Português | |
Poesia/Meditação | Depois de nus adivinhar cenários críveis | 0 | 509 | 05/15/2011 - 18:01 | Português | |
Poesia/Paixão | Desejo-te ou desejo este desejo?! | 0 | 485 | 05/15/2011 - 17:59 | Português | |
Poesia/Pensamentos | O silêncio de ontem não adivinhava o silêncio de hoje | 0 | 553 | 05/15/2011 - 17:53 | Português | |
Poesia/Meditação | A solidão não se mede em metros | 0 | 553 | 05/15/2011 - 17:49 | Português | |
Poesia/Erótico | Neste desejo: Não te prevejo. Não me prevejo. | 0 | 598 | 05/15/2011 - 17:48 | Português | |
Poesia/Geral | Sonhar...nem sempre em sonhos!! | 0 | 443 | 05/15/2011 - 17:46 | Português |
Add comment