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ALGUNS SONETOS 3/1/11 06

1

O tempo mais atroz já não cabia
Na vaga sensação de ser feliz
E quando a realidade contradiz
Deixando tão somente a fantasia,

O amor que tantas vezes exigia
O passo noutro rumo, outro matiz,
Agora se aproxima do aprendiz
E nisto cada verso eu moldaria,

Amar e ter além de mera luz
E quando cada passo me conduz
Ao mágico momento em sonho e verso,

Ainda que pudesse ser além
Do quanto na verdade sei que vem,
Bebera em tua boca este universo.

2

Felicidade dita cada instante
E molda com ternura o que virá
Ousando muito além e desde já
O todo cada fato mais garante,

Ainda que se veja num rompante
Uma amizade é mais do que um maná
Na raridade expressa o quanto irá
Trazer noutro momento um diamante,

Assisto ao quanto pude e imaginasse
Vencendo com certeza algum impasse
Moldando esta escultura em alabastro,

O tanto quanto possa ter em mente,
Decerto a mais dorida sorte enfrente
E neste desenhar em paz me alastro.

3

O amar e ter nos olhos o futuro
Depois do quanto pude imaginar
Ainda que pudesse além ousar
No canto mais audaz e até seguro,

O prazo com temor expressa escuro
Momento aonde o nada a nos tocar
Tramando o que desejo imaginar
No canto enquanto em paz tento e procuro,

Aprofundando o sonho sem temores
Trazendo em meu canteiro as raras flores
Embevecido passo rumo a Deus,

Os dias num cenário deslumbrante
Aonde o que eu buscara se garante
Vencendo com ternura os medos meus.

4

Não creio neste Deus crucificado
Distante de quem ama e sabe bem
A imensa sensação que a vida tem
Num ato tantas vezes desejado,

Eu quero o meu Irmão e Seu legado
E nisto se traduz enquanto vem
A perfeição do Amor que nos contém
E trama no perdão o abençoado,

Libertas teus anseios e prossigas
Palavras mais suaves, mais amigas
Expressam perfeição em raro sonho,

Por isso meu Amigo, Pai e Irmão,
Meus dias noutros rumos brilharão
Traçando muito além do que proponho.

5

Ao ver no teu olhar outro horizonte
O imenso amor que eu tinha, enfim perdi,
A vida num enorme frenesi,
Ainda que pudesse não aponte

E muda num repente e desaponte
Quem tanto desejara sempre a ti,
Vestindo esta esperança presumi
No teu olhar divino a rara fonte

E nela desenhando este cenário
Aonde agora sigo solitário
Vencido pelos ermos da paixão,

Meu tempo se aproxima do final,
E sigo cada passo, magistral
Trazendo em meu olhar, pura emoção.

6

Meu sonho já se aninha no teu sonho
E sinto esta beleza em raros tons
A vida não se acida e dos neons
A lua sem igual, rara, eu componho

E sigo muito além do que proponho,
Meu mundo se desenha em megatons
Ousando nestes passos, claros sons
Gerando este momento mais risonho,

Meu verso te procura e sei tão bem
Do quanto em alegria sempre vem
Mudando a direção de cada vento,

E neste desenhar tão mais suave
Não vejo no caminho quem entrave
O passo e me liberto em pensamento.

7

Cadenciando o passo rumo ao dia
Aonde pude ter este momento
Enquanto com certeza a paz fomento
Uma expressão suave tocaria

Deixando no passado esta agonia
Moldando com ternura o que alimento
No verso mais sublime, um sentimento
Nobilíssima luz se entornaria

Predestinando ao sonho mais sutil
Quem sabe o que deveras se reviu
Num átimo mergulho aos braços teus,

E vejo o mais sublime em plenitude
Vencendo com brandura o quanto pude
Depois de tantos dias, ledo adeus.

8

A mágica expressão que o verso trama
Esplêndida beleza já sem par,
Aonde em paz pudesse navegar
Mantendo da esperança a mesma chama,

O mundo se desenha e em cada rama
Percebo o mais feliz frutificar
Tramando cada passo a divagar
E neste caminhar o sonho exclama

Vagando sem temor aonde um dia
Pudesse muito além da fantasia
Um templo feito em rara claridade,

Aos poucos me entregando sigo imerso
E quando no teu rumo, amante eu verso
Uma explosão de luzes já me invade.

9

Negar cada momento após o nada
Vencendo o desalento costumeiro
E sei que poderia de um luzeiro
Traçar a nova noite iluminada,

A vida se presume em alvorada
E bebo deste sonho, por inteiro
Arcando com engano derradeiro
Permito o caminhar em nova estrada,

A luta se desenha quando a queda
Aos poucos no vazio se envereda
Pousando mansamente dentro em nós,

Ainda que pudesse ser diverso
Meu mundo se traduz em cada verso
E deixa para trás o mundo atroz.

10

A luta não se faz onde pudera
Tramar qualquer cenário e ser aquém
Do quanto se tentara e já não vem,
Matando atocaiada a velha fera,

O rústico delírio da quimera
O mundo se apresenta sem ninguém
E quando a vida dita este desdém
Jardins já não teriam primavera,

A sorte discordante, o medo o cais
E os dias entre tantos desiguais
Presumem o final da leda história,

E quantas vezes vejo em voz diversa
O quanto a própria vida desconversa
Gerando a imagem torpe e merencória.

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segunda-feira, janeiro 3, 2011 - 15:50

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MarcosLoures

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