CAIXA DE BANCO

CAIXA DE BANCO

Sou um caixa de banco,
Não sou um poeta.
Quero apenas aqui descrever,
As qualidades do profissional enaltecer,
Sem também esquecer
Suas limitações, no entanto.

O caixa deve ter as seguintes qualidades:
Cortesia e atenção.
Atenção não só ao cliente,
Mas também à execução
De seu serviço com precisão.

Atenção pra “não dar diferença”.
Esta no fim do dia faz a diferença,
Entre um dia de trabalho gratificante
E um dia difícil às expensas
De muito estresse e menor recompensa.
Pois o que ganha já é pouco,
Ainda mais pagando diferença.

O caixa de banco
Também precisa ter velocidade.
Seja na digitação do documento,
Seja no diálogo com objetividade,
Pois o tempo está passando,
A fila aumentado,
Alguém reclamando,
O ponto eletrônico quase fechando,
A hora de fechar o malote chegando.

É uma vítima da automação.
Cada vez mais a desproporção
Entre caixas humanos e automáticos.
É uma espécie em extinção.

Como todo profissional,
Também tem sua limitação.
Não tem muito tempo pra pensar,
Conversar, pesquisar, orientar,
Pois se demora um pouco,
Na fila, encontra olhares de reprovação.
Daí, acaba predominando, a execução.

Executa com atenção, velocidade, precisão.
Mas, é um serviço mecânico.
Não é um serviço intelectual, pensante.
Ás vezes, até menosprezado pela direção:
“É um mal necessário,
Não tem futuro”, garante.
Há até quem o chame de “peão”.

Certa vez, ouvi de um colega uma confissão:
“Estudei tanto, com tanta dedicação.
Veja “no que dei”,
Um caixa de banco, um “peão””.

Seja “peão”, seja pensante,
Administração ou executante,
São dois sócios numa sociedade,
Onde cada um é figurante.

Fazem parte de um conjunto,
Onde cada qual tem sua tarefa.
Todos os dois são importantes,
Têm seu valor, se completam,
Dos dois é que ela sai completa.

Então, o grupo vira equipe,
Liderados com respeito e valorização.
Todos num mesmo barco,
Numa mesma direção,
Sem rivalidades, sem discriminação,
É lucro pra empresa,
E pra equipe, motivação.

Sou caixa de banco, sim,
E com muita satisfação!

Autor: Sandro T Nogueira – Rio Novo do Sul(ES), Novembro/2002.