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Clausula de Insanidade

Cuidado,
com aquele que julga como fracassado!
Cuidado,
quem sabe você se torna o alvo!
Cuidado!
quando tiver três zeros após a virgula no seu saldo
bancário!

Por um instante, sem relance
Percebi,
que na sala de casa
estava o câncer,
Com controle remoto,
sem antibiótico.
Diagnóstico:
desprogramei a alienação
e apertei o botão do ódio.
Acontecimento histórico!

Na moldura que esvaíra,
a figura adormecida,
de um sistema falido e implacável.
Emoções manipuláveis e valores deturpados.

Poupável,
Enquanto o Bruno andava sozinho
muitos diziam:
"Coitado, tadinho, lunático..."

Felizmente, quebrei a corrente
que me prendia ao seu sarcasmo,
escravizado.

Mas eu queria dominar a alquimia
pra criar formulas e mudar sua vida.
Não ser visto,
como um Messias
que se saltasse do abismo,
multidões me acompanhariam
ao infinito.
Mãos calejadas pela ironia.
Reconhecido seja Trimegistos.

Na doutrina do medo,
o que vale é seu sacrifício
pelo seu objetivo.
Ao invés,
de não ver ninguém
lutar pelos seus direitos.
Reunir suas famílias
e também seus preceitos.
Pra assistir o Jogo do Corinthians.
Lamentável, mó zica!

Povos permanecem estáticos.
Esperando a revolução
ou seu 13 de maio.

Flexível,
o RAP é mais que isso.
Nosso ritmo
é Espiritual e Lírico
Terrorismo informativo.

Enquanto vai pingando
a torneira da verdade
Aos seres influentes
aquele salve:
Reeaaaleeessst!

Com os  que estão em cárcere,
aprendi que custa mais caro
estar livre, do que atrás das grades.

Enormes paredes de concreto
ainda me fazem
escutar as lágrimas que caem do céu.
Ao véu,
do cifrão que cega a toda sociedade.
Aos quatro cantos da fria cidade
que permaneça a mensagem...

Felicidade,
seria a dádiva
numa caixa embrulhada
com fitas douradas
e um bilhete
com os dizeres:
"De mim, pra mim mesmo"
vai vendo!

Eu sei foi profundo.
Triste foi saber,
que falei muito pra surdo.

Não sabem que são nocivas
altas dosagens de verdade,
quando assinam contrato
sem ler a clausula de insanidade.
 

- "Alguém me diga o que estou fazendo aqui?

- Ora,ora... Você está fazendo o que qualquer homem são faria nas circunstâncias. Está ficando louco!

- Você... Oh, eu não... Eu... Eu me lembro!


- Lembra? Oh, eu não faria isso! Lembrar é perigoso... Eu vejo o passado como um lugar cheio de ansiedade. O Pretérito Imperfeito como você o chamaria. HAHAHAHAHAHA! As memórias são traiçoeiras! Num momento você está perdido num carnaval de prazeres, com o aroma da infância, os neons da puberdade. No outro elas te levam a lugares... Onde a escuridão e o frio trazem a tona coisas que gostaria de esquecer! As memórias podem ser vis, repulsivas, brutais como crianças. HAHAHAHAHAHAHA! Mas podemos viver sem elas? A razão se sustenta nelas. Não encarar as memórias é o mesmo que negar a razão! Mas e daí? Quem nos obriga a ser racionais? Não há clausula de sanidade! Assim, quando você estiver dentro de um desagradável trem de recordações, seguindo para lugares do seu passado onde o grito é insuportável... Lembre-se da loucura. Loucura é a saída de emergência  Você só precisa dar um passo pra trás e fechar a porta com todas aquelas coisas horríveis que aconteceram presas lá dentro... Para sempre."
 

*  Diálogo do Coringa com o Comissário Gordon.
(trecho extraído da Hq: Batman - A Piada Mortal de Alan Moore)

Bruno Sanctus.

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terça-feira, junho 18, 2013 - 19:22

Poesia :

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Bruno Sanctus

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Comentários

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Why so serious??

O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais;
Há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa;
Sou antes uma exaltada, uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!

A felicidade só pode mesmo ser um presente de mim para mim .. ninguém me pode fazer mais feliz do que as minhas escolhas.

Gosto muito da tua escrita,
Beijo.
R.

imagem de Bruno Sanctus

Let's put a smile on that face!

Primeiramente, muito obrigado. É muito gentil e lisonjeador esse tipo de apreço. Acabou que aquele ultimo comentário que escrevi em Anseio-te, virou poema. O trabalho foi só versificar; que trabalho prazeroso. Desculpe, não pude evitar - perdoe a minha pobre. - Futuramente o postarei.

O comentário que fizestes agora, lembrou-me muito o ultimo verso de um soneto de Camões:

"Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê."

Temos almas inquietas demais; o mundo não cabe em nossas camas, tão pouco na palma de nossas mãos. E, dado que a vida é uma convenção de acontecimentos simultâneos, não provém sentido algum. Analisando por este parâmetro, o louco, tal como no tarô, foi o primeiro a perceber isso, destilando a loucura sem moderações. Somos loucos, para nós a queda não implica em cair. Pois, não há gravidade para a loucura. Portanto, de hora para outra, podemos mudar o itinerário enquanto caímos e chegarmos a lugares desconhecidos. Isso é magia pura.

Beijos!

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E como diria o grande: "Não

E como diria o grande:

"Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma."

:)

imagem de Bruno Sanctus

Introspectivo, não?

Ótimo! Lembrou-me outro dos diálogos do Coringa, em A Piada Mortal, - já deves ter percebido que sou fã de quadrinhos - no qual inspirei-me para tecer a poesia. Onde o mesmo argumentava:

"Bem, eu não tenho certeza absoluta... Algumas vezes me lembro de um jeito. Outras vezes de outro... Se eu vou ter um passado, prefiro que seja de múltipla escolha!"

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