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De quem é a culpa?
Vivemos subjugados a progenitores autoritários
Sofremos calados a revolta da intolerância
Sentimos na pele o peso da autoridade
Jamais nos atrevemos a desautorizá-los
O respeito era a palavra de ordem
Sobrepunha-se à força dos afectos
Castrados tornámo-nos permissivos
Dir-se-ia demasiado complacentes
O trabalho absorve-nos
A competitividade engole-nos
A tecnologia substitui-nos
O amor que não recebemos
Pela distância que o respeito exigia
Compramo-lo, agora, em bens materiais
Os nossos filhos não os vemos
Nós entramos, eles saem
Não os ouvimos, não há tempo
Não estamos atentos aos sinais
Nada disto rima, não interessa
A pergunta faz-se necessária
Somos agora melhores pais?
Maria Fernanda Reis Esteves
50 anos
natural: Setúbal
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Poesia :
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Comentários
Re: De quem é a culpa?
Eis a questão que terminará no infinito para que a respondemos em segurança!!!
:-)
Re: De quem é a culpa?
Pois.... concordo...!
Mas há sempre quem seja "normalinho" e ainda trabalhe apenas para pagar as contas, e em vez de lutar pela carreira profissional vai jogar à bola com os filhos num qualquer sabado de manhã... não se perca, portanto, a esperança...
;-)
Beijo. gostei muito de ler.
Re: De quem é a culpa?
Minha querida Nanda, uma bela reflexao...
Alguma vez soubemos ser pais, alguma vez soubemos ser filhos?
Acho q haverá sempre uma grande dificuldade em saber se estamos à altura do papel, mas o facto de nos preocuparmos com estas inquietações mostra q estamos no bom caminha, quem não ama, nem se preocupa a pensar!
E o amor é o essencial qd tantas outras coisas falham!:
Um aparte ri-me, claro, com o teu verso:
"Nada disto rima, não interessa"
Achei uma piada pq é daqueles pensamentos genuinos q temos quando estamos a escrever, achei esse verso delicioso!
Beijinho grande em ti!
Inês