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grito infante

Sou grito de olhos vendados
boca cega, amordaçada
de criança tenho um nada
alma infante, violada
vergonha de poderosos
de uma justiça comprada

Futuro é tempo a abater
e esperança vã utopia
o prazo está-se a esgotar
o povo também quer ver
mão pesada, exemplo a dar

Há uma sociedade podre
feita de altos compadrios
um luto que assumimos
uma lei acovardada

Mas haverá sempre alguém
numa espera silenciada
que não vai deixar em vão
Vai ser difícil travar
justiça pelas próprias mãos.

Maria Fernanda Reis Esteves
50 anos
natural: Setúbal

Submited by

terça-feira, junho 1, 2010 - 17:02

Poesia :

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Nanda

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Comentários

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Re: grito infante

Como tua amiga e tua fã, deixa-me apenas dizer-te que o poema está lindíssimo.
Beijo
Vóny Ferreira
Sou grito de olhos vendados boca cega, amordaçada de criança tenho um nada alma infante, violada vergonha de poderosos de uma justiça comprada

imagem de mariacarla

Re: grito infante

Um forte grito tão emotivo que fará vibrar esta realidade em que se vive tão ela cheia de injustiças para tantos!

Beijinho

Carla

imagem de Gisa

Re: grito infante

Tristemente real, a verdade nua e crua. Grande abraço

imagem de Librisscriptaest

Re: grito infante

E o tempo passa e as crianças crescem, os crimes são cicatrizes e a justiça tarda e falha...
Um poema com uma importante chamada de atenção, q nos curva como ratos perante a impotencia da nossa conformidade...
Beijinho em ti, Nanda!
Inês

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