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HECATOMBE DA VOZ
Dinheiro,
grito descomunal,
discrepante nas entranhas humanas
já esquecidas da generosidade.
Poder,
uivo de distâncias
entre ricos e pobres,
aflitos urros de queixume num nó
que esboça o silêncio entre as pessoas.
Ganância,
débil tempo corrido
nos escritos da sina em sensações óbvias
que agigantam o frio das peles que se repulsam.
Indiferença,
seres pano de fundo obscenos,
medram em ventres expurgados
por lugares ébrios onde o ar bravateia
estancar multidões egoístas.
Ignorância,
palavras untam os ouvidos
para cavalgar sonhos acidentados
nas mãos que sustêm a fuga dos olhos
para retóricas frouxas.
Gula,
Semblantes
oram rugas prenhas de sono
onde hesita a verdade escondida
na hecatombe da voz que a escravidão cala.
Desbocados,
destronadas almas
em medo estampado no desespero
do bolso agitado por miséria moral.
Burlões,
poesias de caule precoce
no romance dos dias,
desacreditam fés em prelúdios teimosos
entre lumes pecados de onde o poeta
desmente os antros do amor.
Política,
musas ausentes no verso
que passa morto no perfil das tintas
que dão cor rasgada às rosas negras do povo.
Ingratidão,
agonia grunha
fermentada por ira de homens
sem sangue de vida à beira do fim
do mundo deles.
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Poesia :
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Comentários
Re: HECATOMBE DA VOZ
Junto-me neste poema intervencionista, numa guerra silenciosa resultado na "HECATOMBE DA VOZ" que nos querem infringir! E grito, viva a Liberdade!
Adorei Henrique.
Beijo,
Clarisse
Re: HECATOMBE DA VOZ
Uma boa análise,
Henrique.
:-)