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Máquinas
Bucólicas paisagens de ferro e pedra,
Nações-companhias circunavegam o globo,
Pesados e artificias engenhos carregam estas nações sem mapa.
Vagueio pelas ruas e vielas esquecidas, sem bussula, nem moral,
á procura da verdade que me revela o destino ou simplesmente uma direcção que faça sentido,
mas por entre os fumos e quimicos inebriantes dos residuos quimicos,
esqueço-me dos amores e das ansiedades que preencheram a minha alma esta manhã e
fumando um cigarro saiu da escuridão para a citadina confusão anonima.
Nas ruas brilhantes do sol da tarde,
vejo os exilados em massa a pedir esmola e dignidade,
os estáticos fantasmas á espera de colher a sua alma pálida,
contaminada pela proto poluição industrial.
No fim da rua,
visito a fábrica do meu amigo, que me convida a conhecer o Pogresso e o Futuro,
entro insconcientemente, e ouço, no momento, como um máquina infernal e iluminada,
o rugido, o uivar articial natural dos milhões de correntes, pistões, fornalhas, válvulas, grandes canos como veias humanas a transporter sangue preto para o seu coração,
a imprimirem em massa, filosofias comodistas de grandes volumes, verdades cientificas de meia-página,
patentes românticas nos livros das revoluções imaginadas e relembradas,
o coração humano inaudivel por entre os ruidos mecanicos e industriais da nova ordem imaterial.
Pergunto ao meu amigo de onde veio todo este mundo, ele diz-me que vem do céu
da beleza cientifica dos sonhos dos homens,
surgido muito antes dos homens quiserem conhecer deus,
que este mundo é como milhões de atomos em movimento,
como um comboio essência que nunca para mais do que um minuto nas estações,
de modo a não permitir que afecte o ritmo predisposto do tempo e dos lugares.
Saiu da fábrico a pensar nas palavras metafisicas do meu amigo,
e como faz sentido de um determinado angulo,
mas depresso abandono estes pensamentos e dirigo-me ao porto,
para visitar um outro amigo que convidou-me para uma belo final de tarde na mais bela paisagem de toda a cidade.
Ao chegar ao porto deparou-me com o barulho animalesco das cargas e descargas,
desde metais, a pessoas, a animais, a almas, a roupas, a esperanças, a armas, a sonhos, a realidades e a desilusões.
Encontro-me com ele e perguntou-lhe o que ele me queria mostar com tanta celeridade,
Ele diz-me que queria expandir o negócio das importações e exportações e queria que fosse seu sócio, eu digo-lhe que vou pensar e sento-me ao pé da janela que dá para o mundo,
vendo os navios monocromáticos de todas as formas e sensações a navegarem nos canais como brinquedos á deriva,
Operários extenuados a carregarem as mercadorias como se tratasse de um ultimo esforço para dominar a terra e os mares, digo-lhe que não estou interessado e despedindo-me dele, faço uma ultima visita antes de ir para casa.
As trevas começam a rodear-me, mas os candeiros a gás já estão a ser acesos e as trevas que me começava a rodear desaparecem num instante, como fantasmas do passado,
Faço uma ultima visita a um amigo meu que têm outra fábrica, ele vem-me buscar ao portão e apresenta-me as instalações,
aí sinto os oxidos, o calor da fornalhas distantes, os quimicos viciantes e corrosivos, vidros com formas humanas, alquimia se me perguntassem,naquele momento, o que achava de tudo aquilo.
Os sons barbáricos das pesadas cargas que me transportam para a citadina confusão anonima com as matinais identidades manufacturadas e peles identidades,
Num ciclo interminável de sofrimento e decadência, sobrecarregado com oscilações crónicas e compressões titânicas que fazem tremer os mundos.
Nos meus sonhos, nesse mesmo dia, sonho com uma catedral, não dessas catedrais cristãs, mas uma feita unicamente de ferro e chaminés industriais,
ouvindo-se gritos de desespero constantes, tento abrir a porta mas esta não cede, tento dar a volta mas tudo o que vejo é um rio de sangue purpura debaixo dos pés, quase a inundar a plantaforma e um cano a despejar rios de sangue para este mar de sofrimento e uma voz, como se alguém me estivesse a gritar ao ouvido: EU SOU O FUTURO.
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