CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Noites com Caína

Naquela tarde tu usavas um belo corpo,
Lembrava das penas aos cabelos
E dos ventos que assopravam a noite com a lua
Alheio ao salve seja repartido espargido

Amei Caína jogado nas gramas e debaixo da chuva,

Amei Caína como um louco,
Naquelas noites fomos ébrios por toda a vida,
Apaixonados nos verões sagrados,
Sagazes, tal qual petulantes
No torcer nu dos dedos abarcados em dorsos
De mares gregos até os pântanos

Não me sai nunca da cabeça a febre que tive
Por deixar escapulir os beijos de Caína.
Naquela hora deus cuspiu-me o rosto
E esfolou-me por inteiro
Com sua rasteira bêbada
Na costura de franzinas canelas tristes

Gostava de quando me olhava longe do casto
Para que revólveres e ramalhetes de abdomens
Sugassem das blandícias
Simples arrepios da alma

Era uma vez o assim que matei-me
Por matar-meamar-me em Caína
Com Caína.

A sorte malvada silencia o canto de meus choros
Por isso sofro feio.

Caminhávamos num sono de sexta feira,
Passavam por nós os rostos “tantos” das calçadas
E das poças d’água

O mundo caiu

Os pássaros sussurraram seu nome em suas asas de ida
Por um tempo Caína escorreu pelas minhas mãos.
Eu me esqueci
E quando acordei no espaço debruçado no universo
As letras
Eram como se escritas à mão de tão tímidas e brincalhonas
De tão tímidas e brincalhonas.

Submited by

terça-feira, abril 24, 2012 - 16:19

Poesia :

Your rating: None (1 vote)

Alcantra

imagem de Alcantra
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 9 anos 17 semanas
Membro desde: 04/14/2009
Conteúdos:
Pontos: 1563

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of Alcantra

Tópico Títuloícone de ordenação Respostas Views Last Post Língua
Ministério da Poesia/Geral Os moinhos do norte 0 1.232 11/19/2010 - 19:08 Português
Poesia/Geral Os trilhos estão indo... 3 571 07/05/2010 - 04:27 Português
Ministério da Poesia/Geral Os trilhos estão indo... 0 1.046 11/19/2010 - 19:08 Português
Ministério da Poesia/Geral Ossos nossos 0 995 11/19/2010 - 19:08 Português
Ministério da Poesia/Geral Outro 0 1.087 11/19/2010 - 19:08 Português
Poesia/Geral Outro do Outro Lado 0 737 02/23/2012 - 23:06 Português
Poesia/Geral Palavra nua e crua 5 777 12/31/2009 - 13:49 Português
Ministério da Poesia/Geral Palavra que soa e deixa de dizer 0 584 11/19/2010 - 19:08 Português
Poesia/Geral Paletó de carícias 1 667 04/17/2012 - 03:32 Português
Poesia/Geral Parabolé 1 1.045 10/21/2011 - 14:51 Português
Poesia/Geral Parapeito do mundo 0 565 12/19/2011 - 22:57 Português
Poesia/Geral Pelouros pupilais 0 787 02/04/2011 - 21:27 Português
Poesia/Tristeza Perguntas 10 703 08/21/2009 - 16:19 Português
Ministério da Poesia/Geral Pés em fuga 0 839 11/19/2010 - 19:08 Português
Poesia/Geral Pés em fuga 0 1.040 01/31/2011 - 14:21 Português
Poesia/Dedicado Pessoa 6 523 08/13/2009 - 13:59 Português
Ministério da Poesia/Geral Piso espelho 0 872 11/19/2010 - 19:08 Português
Poesia/Geral Ponteiros abraçados 3 885 10/25/2011 - 10:48 Português
Poesia/Geral Por azo ao flerte 0 637 11/20/2011 - 02:10 Português
Poesia/Geral Prato das tardes de Bordô 0 1.889 06/19/2012 - 17:00 Português
Poesia/Intervenção Pretty Child 2 710 08/22/2009 - 21:49 Português
Poesia/Geral Prisão urbana 8 611 08/21/2009 - 16:13 Português
Críticas/Livros Quando Nietzsche chorou - Irvin D. Yalom 0 1.745 11/19/2010 - 02:40 Português
Fotos/Pessoais Quem acolhe este lugar 1 3.780 01/07/2011 - 00:53 Português
Ministério da Poesia/Geral Ressuscite para mim meia noite santa 0 875 11/19/2010 - 19:08 Português