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Pés em fuga


Um ser que pula nu do ventre da mãe

O ontem me destruiu por inteiro.
Desdobro-me ao máximo
E dobro as buscas pelo meu corpo

Eclipsas a lua com a pupila dos olhos

A cabeça decapitada que aparece ao espelho é irreconhecível

Zunidos de metais nos trilhos das idas

Um diamante coberto saliva
Daqueles que babam com visão do tamanho do mundo
Somente nervos e vontades falam
Só mãos com dedos tremulam
A captura do objeto no sobrepujar

Já tentei aprisionar o infinito azul oceano com gostos de mais

No beijo senti o paladar da corola bilabiada,
Minha pupila é o eclipse, vos digo mais uma vez

Uma testa transpira, franze

O feio atordoante voo do mergulho
Das penas em chama
Alguma vespa ferroa com alucinógeno veneno
Que sucumbe dor no aumento multiplicado da decapitação

A década extinta velha torturada pela mãe secular
Queres que contes sua odisséia?
À tona volto ao sangue fervilhante
Na decaída sede pela consangüinidade

O mesmo sentimento que uma vagina ou seio traz

Ilude-me
E eu iludo minha alma bem vestida
Ao meu espírito enterrado à lama

Estou enjoado de ser corpo
E nunca desisto de conseguir
Prazeres mais do mesmo
Da mesma cama

Padre! Maldito padre!
Podes tirar e condenar meu espelho quebrado
Costurado emendado postumamente?
Sou para ti o que o demônio é para com deus.
Declaro meu amor vencido
E o meu ódio vitorioso,
Minha culpa banida
Meu alívio tão esperado

Vagueias pelo trilho incerto
Na distração de pés nos passos

Leva-lhe as mãos aos ombros
Distanásia corredeira atirada pelo outro

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segunda-feira, janeiro 31, 2011 - 14:21

Poesia :

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Alcantra

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