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POEMA CURTO
Ruas obscuras, espelhos obtusos
no paralelepípedo de meus olhos;
tudo é escombros, latir de cães,
quando a noite acende candeeiros
e põe asas de insectos onde a luz é
mais crua, numa realidade que se
quer concreta, no grito lancinante da
palavra, erguendo-se, qual gume de faca,
de entre o secretismo dos degraus,
sujos, impuros, com setas nos braços,
quais estátuas amputadas, vertendo
seu sangue no alcatrão das estradas,
nos bueiros, depois já rios distantes,
e a voz é um eco do que ainda não
se disse, o que só as montanhas conhecem,
o que nas árvores estremece, por um
raro sopro de vento, filtrando a palavra
que se perde na noite, se a lua não
vinga no palato, na saliva fria das paredes,
da tão ansiada liberdade.
Jorge Humberto
10/01/12
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Comentários
obscuridade
tudo é obscuro na sua essência
quando o ser humano se sente aprisionado
- cada vemos vivemos mais nas trevas
existenci_ais.
1 abraç0o!
Abilio
Olá, meu querido amigo, Abilio,
Olá, meu querido amigo, Abilio,
somos nós que damos ou tiramos de nossa essência, partindo daí para a claridade ou para o obscuridade, mas concordo contigo, quando dizes, que é natural essa obscuridade, quando, cada vez mais, o Homem, se sente aprisionado, neste mundo de trevas, que ele mesmo construi-o e avoluma. Hoje mais de que nunca, não vivemos antes sobrevivemos, nosso existencialismo. Sempre um prazer ver-te no meu cantinho e ler teus comentários a meus poemas. Amanhã vou disfrutar da leitura de meus amigos, poetas... e claro... podes esparar-me, às portas, sempre abertas, de teu jardim.
Abraço meu.
Jorge Humberto
Jorge, Belo poema,onde
Jorge,
Belo poema,onde destaco essa tua construção poética que ecoou em minha alma:
"e a voz é um eco do que ainda não
se disse,o que só as montanhas conhecem,
o que nas árvores estremece,por um
raro sopro de vento,filtrando a palavra."
Seja bem-vindo!
Obrigado!
Olá Suzete, prazer!
Muito obrigado pelas tuas palavras de apreço a meu poema e pelas boas-vindas!
Beijinhos
Jorge Humberto