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POR UNS E OUTROS MOTIVOS (RACISMO)
Nenhum mal eu te causei
Tampouco nada te peço
Nem sequer eu te conheço
Se me conheces não sei
Teu nome eu não anotei
-Só anoto de remédio
Mas isso tudo é prelúdio
Pra dizer que mesmo assim
Sem saberes tu de mim
Sou motivo do teu ódio
Até pelo tom da voz
Sem saber tu te declaras
E o racismo escancaras
Como um carrasco atroz
-Não sabes, sabemos nós
Ridícula criatura
Falsa imagem da candura
Racista, que nos condena
Que o motivo dessa pena
É a nossa pele escura
Não viemos, fomos trazidos
Em navios do além mar
Para escravos no lugar
Dos senhores e bandidos
Também fomos esquecidos
Ou ninguém nos viu por certo
Sem céu e nem mar aberto
Talvez num profundo sono
Nos deixou no abandono
Certo “guia do deserto”
Mas não lamento nem choro
Nem quero o pão dessa ceia
Quem por minha cor me odeia
Eu apenas ignoro
Na água impura eu sou cloro
Função que nunca termina
Pois o homem contamina
Por onde quer que ele passe
A água que pura nasce
E a criança que ele ensina.
Sérgio da Silva Teixeira
BAGÉ/RS/BRASIL.
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Comentários
Coment
Realidade!
Você já leu O Navio Negreiro
de Castro Alves?
Se não leu, leia!
Amigo Thamiel, quanto a ler
Amigo Thamiel, quanto a ler eu sou um péssimo exemplo, por isso respondo que não li.
O que gosto mesmo é de escrever, e uma das desculpas para a minha preguiça de ler é a de que "não quero sofrer influência de outros autores".
Grato pela leitura de meus versos e um forte abraço.
Eu li. Fui obrigado a ler e a
Eu li.
Fui obrigado a ler e a decorar.
Foi como eu peguei gosto pela poesia.
Eu também não leio muito e pelo mesmo
motivo que você citou. Só leio quando
não estou escrevendo.
Como estou escrevendo agora um novo
romance eu evito de ler qualquer coisa,
e nem poemas consigo escrever porque
não tenho inspiração.