CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
QUANDO O FAROL SE APAGOU
Escureceu subitamente,
E eu fiquei só.
Estou com medo, mãe,
Com muito medo.
Tu sabes como a escuridão me assusta
E o receio que tenho de estar sózinho.
Abraça-me, mãe.
Aperta-me nos teus braços
Afaga-me os cabelos,
Beija-me,
E canta-me uma canção.
Era assim que afastavas o meus sustos de criança
Enquanto o sono não chegava.
Aconchegavas-me a roupa da cama.
Depois um beijo e um sussurro:
“Boa noite, meu amor.
Dorme um soninho tranquilo.”
Lembras-te?
Como podias esquecer?
Ainda há pouco me contavas o teu dia,
Enquanto o sol descia lentamente no horizonte
A dourar o entardecer.
Disseste que não estavas bem.
De repente, ficou escuro,
Muito escuro.
Depois, o silêncio.
Fiquei só e tive medo.
Mãe
Não vás.
Não me deixes aqui sózinho
Com a escuridão à minha volta.
A luz do farol que orientou a minha vida.
Apagou-se súbitamente
E eu sinto-me perdido.
Chamo-te, mas não respondes.
Estás serena, mas imóvel.
Não me falas, nem me ouves.
Adormeceste.
Aconcheguei-te a roupa
Como sempre me fizeste.
Abracei-te, mas não senti o aperto dos teus braços.
Beijei-te, mas, pela primeira vez, não retribuiste.
Os teus dedos não procuraram os meus cabelos como dantes.
Quis cantar-te uma canção, mas a voz atraiçou-me.
Já dormias.
Serenamente.
Com a mesma serenidade que sempre te acompanhou
Ao longo da tua vida.
Entre lágrimas sussurrei:
Boa noite querida mãe,
Dorme um soninho descansado.
Mãe,
Estou assustado e tenho medo.
Sem ti, a criança que me mantive até hoje,
Deixou de fazer sentido. Partiu contigo.
E eu não sei viver sem ela.
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 336 leituras
Add comment
other contents of GuiDuarte
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
![]() |
Fotos/ - | 2336 | 0 | 1.603 | 11/23/2010 - 23:48 | Português |
Ministério da Poesia/Meditação | BALANÇO DE UMA VIDA | 0 | 1.748 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Amor | AO LONGO DE NÓS | 0 | 1.860 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Amor | OS BANCOS VAZIOS | 0 | 1.606 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | UMA NOITE NA CIDADE | 0 | 1.647 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | NAS ASAS DO SONHO | 0 | 1.710 | 11/19/2010 - 18:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | A OBRA-PRIMA | 0 | 1.713 | 11/19/2010 - 18:09 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | ESTOU TRISTE | 0 | 1.566 | 11/19/2010 - 18:09 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | O BANCO, A MUSA, O BALOIÇO E A NUVEM. | 0 | 1.935 | 11/19/2010 - 18:09 | Português | |
Ministério da Poesia/Paixão | SENTI-TE | 0 | 1.655 | 11/19/2010 - 18:08 | Português | |
Ministério da Poesia/Fantasia | UM SONHO, UM MANTO, UM FIO DE PRATA E UM COLAR DE MISSANGAS | 0 | 1.671 | 11/19/2010 - 18:08 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | ÉDOMINGO | 0 | 1.645 | 11/19/2010 - 18:08 | Português | |
Ministério da Poesia/Amor | A CIDADE, O POEMA E AS NUVENS BRANCAS | 0 | 1.605 | 11/19/2010 - 18:08 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | A MULHER E A FLOR | 0 | 1.571 | 11/19/2010 - 18:08 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | DEUSA NUA | 0 | 2.291 | 11/19/2010 - 18:08 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | LÁGRIMAS | 0 | 1.858 | 11/19/2010 - 18:08 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | A AUSÊNCIA OU A DISTÂNCIA | 0 | 1.810 | 11/19/2010 - 18:08 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | DEVANEIO | 0 | 1.821 | 11/19/2010 - 18:08 | Português | |
Ministério da Poesia/Fantasia | A VIDA É UM SONHO | 0 | 1.466 | 11/19/2010 - 18:06 | Português | |
Ministério da Poesia/Amor | CINQUENTA ANOS MAIS TARDE | 0 | 1.696 | 11/19/2010 - 18:06 | Português | |
Ministério da Poesia/Tristeza | QUANDO O FAROL SE APAGOU | 0 | 1.726 | 11/19/2010 - 18:06 | Português | |
Ministério da Poesia/Amor | CINQUENTA ANOS MAIS TARDE | 0 | 1.756 | 11/19/2010 - 18:06 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | OS POETAS NUNCA MORREM | 0 | 1.687 | 11/19/2010 - 18:06 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | SER POETA | 0 | 1.403 | 11/19/2010 - 18:06 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | SINTRA | 0 | 1.842 | 11/19/2010 - 18:06 | Português |
Comentários
Re: QUANDO O FAROL SE APAGOU
Na vida, perdemos pessoas queridas, que muita falta nos faz. Mas creio que muita herança boa ela deixou, quando partiu por outros universos. Viva um dia de cada vez, o tempo ameniza o sofrimento, verás que de algum lugar ela toma conta de ti. Fique seguro, não sintas medo, mãe nunca abandona seu rebento. Boa sorte, abraços. Triste texto, porém lindo.
Re: QUANDO O FAROL SE APAGOU
LINDO E TRISTE POEMA, GOSTEI MUITO!
CHEGA UM DETERMINADO DIA DE NOSSAS VIDAS, QUE PERDEMOS OS NOSSOS MELHORES AMIGOS, NO CASO A MÃE DO PERSONAGEM, TENDO COM ISSO, SIDO FORÇADO, ALÉM DA TRISTEZA POR PERDER SUA MÃE, TER QUE ABANDONAR A CRIANÇA QUE ATÉ AQUELE DIA, COM O CARINHO DE SUA MÃE, SE SENTIA, TENDO DE ASSUMIR SUA PRÓPRIA VIDA, COMO UM ADULTO, E PROSSEGUIR SEU DESTINO...
Meus parabéns,
MarneDulinski
Re: QUANDO O FAROL SE APAGOU
GuiDuarte,
Depois de enxugar as lágrimas emocionadas que insistem e rola por minha face, por tua linda e sensível poesia, digo-lhe que tua mãe sempre estará contigo, afagando tua alma e enchendo-te de força e coragem para seguir adiante, exatamente como ela sempre te ensinou!
Coragem num momento de tanta dor! És forte com certeza!
Um abraço emocionado, poeta!
:-) :-( :-(