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A sentinela
Não foi possível encontrar a página
Ela não estava lá
Ou nunca foi escrita
E não se pode saber o que estava escrito
Qual era mesmo a história
Aquela que todos queriam saber.
Um vazio existencial existia
Agonia nos cérebros ali parados
Cristais quebrados pela violência
E nenhuma sentinela tinha visto nada
Como se fossem apenas fantasmas
O tempo deixou de existir para os sonhadores.
Crianças desafiavam os idosos
No caminho estreito da escola
Alguns pássaros desafiaram a lógica
E não se assustaram com os espantalhos
Mas o que não contavam
Era com as armadilhas que lhe foram ocultas.
A sentinela não viu nada
Nem os vultos dos antigos deuses
Podia ser expulsos dos pensamentos alheios
E não havia nada a ser feito
Por nenhum dos sentinelas ali presentes
Se não existe o invisível.
Apenas palavras soltas ao vento
Já que ninguém conseguia ler nada
O livro imaginário fora escrito
No silêncio do caminhante solitário
Que montado em seu unicórnio
Galopava em direção ao horizonte perdido.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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