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Um quase protesto primitivo que nada traz de novo

 

Não encontro nada no hoje,
não procuro ninguém no amanha,
tudo o que vejo veio do ontem,
como um passado
sempre presente
na minha mente
à procura do seu traçado,
como numa auto-estrada
para quase todo o sempre marcada
de branco, de amarelo, de tédio,
um quase infinito assédio;


É este quase infinito
que me incendeia a cabeça,
de terça a terça,
de dia, de noite,
é como um quase eterno açoite;

Ando, sem pressa
de chegar a nenhum sitio,
abro pouco a pouco
aquela minha tirana persiana
que contempla as trevas
em constante batalha com a luz,
são as nuvens a engolir o sol,
é a escuridão que me seduz,
rasga-se assim em mim
a subtileza de odiar,
o desprezo começa a contar
as erradas palavras que dito
para a tua
e só tua, redoma de vidro
que estagna o puro ar que respiro;

 

O amanha torna-se no ontem,
o futuro no passado,
é o buraco negro da minha vida
sempre tida
como uma navegação perdida;

tudo retorna ao principio,
tudo acaba no mesmo sitio,
tudo é um sórdido desejo,
quando me falta o teu beijo.

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domingo, fevereiro 20, 2011 - 23:27

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decku

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