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Words don't come easy...
Não.
As palavras, de facto, não chegam...
Hoje suprimimos as palavras da nossa vida,
moramos no silêncio, porque o silencio nos entende...
Podíamos contar ao mundo, um milhão de vezes,
a nossa historia...
Levar meses a rescrever a memória post-mortem do nosso amor...
E ainda assim, tenho a certeza que ninguém entenderia...
Como posso eu esperar que o mundo entenda,
se o mundo não tem tempo para amar?
Um dia, quando a neve cobrir os meus cabelos
e levar os teus que já não são muitos...
Talvez possamos reescrever as palavras,
reinventar a historia,
redescobrir o amor,
encontrar o estranho motivo que nos encontrou...
Porque a morte estará perto e o medo será relativo,
nessa altura não terás nada a perder,
porque já perdeste uma vida inteira
e a minha ficou perdida pelo teu caminho...
Um dia escolhi amar-te...
Com todos os teus defeitos, que são tantos,
com todas as inseguranças, que são imensas,
com todas as tuas cobardias, que são as minhas...
Escolhi, dia após dia, amar-te, sempre,
todos os dias da minha vida,
sei que escolhi amar-te só
e só amar-te...
Tu nunca saberás como custa levar essa decisão até ao fim,
porque nunca decidiste coisa nenhuma...
Alguma vez tiveste ideia da extensão da teia do meu sentir?
Não.
As palavras, de facto, não chegam...
Nem os afagos,
nem as desculpas,
nem as culpas,
nem nada...
Porque nada te pode dar a dimensão do ar que me falta
por cada minuto que passa...
Tu nunca decidiste amar-me,
talvez tenha acontecido, por acaso,
num ocaso mais perturbador,
deste um pontapé numa pedra
e encontraste o amor...
Levaste-o para casa, dentro do bolso das calças,
meteste-o em cima da mesa e dissecaste-o
para ver como era por dentro,
não percebeste coisa nenhuma,
desinteressaste-te daquele objecto sentido, não identificado
e deitas-te-o na reciclagem das embalagens de plástico.
Não.
As palavras, de facto não chegam...
Porque tu nunca me escreveste, nunca foste sequer o traço
da linha do meu sentir,
nem o abraço que me confortasse em momentos de duvida...
E os meus braços caíram, pendurados, lado, a lado,
de um tronco inabraçado...
Não.
Tu nunca me amaste, ainda que julgues que sim,
nunca te entranhaste num amor consciente,
que mesmo doente vai trabalhar todos os dias...
Tu nunca me sentiste, nunca me viveste,
nunca me pensaste...
E a vil tarefa dos cobardes é amar sem pensar...
Não.
De facto, as palavras, não chegam.
Inês Dunas
Libris Scripta Est
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Poesia :
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Comentários
Re: Words don't come easy...
As palavras não chegam
As palavras não bastam
E ninguém poderá sentir o poder delas,
Se numa decisão nunca tomada
A palavra não tem força
E As palavras são muito poucas
Para te dizer o quanto gosto de te ler.
Mas é com calma….
Beijinho no teu rosto lindo
Carla
Re: Words don't come easy...
Para ler de uma rajada, para amar até sempre.
Gosto mto de te ler, mas, de facto, as palavras não chegam...
Bjs
Re: Words don't come easy...
Tão profundo e triste , mas Libris discordo de ti , as palavras chegam ;de fato não bastam ,mas nos atingem como flechas vivas no peito .
Muitissimo lindo !!!
Abraços
Susan
Re: Words don't come easy...
Aplausos! Do início ao fim, aplausos. levo. bj
Re: Words don't come easy...
O teu poema, Inês, é de tal forma envolvente,
que arrancou uma lágrima de emoção enquanto te
lia.
Será o amor que nos perde ou somos nós que buscamos amores
impossíveis?
Os grandes amores resistem às atrocidades gigantesca do quotidiano?
Vivemos num mundo onde até o amor e a amizade é descartável. É horrível!!
Mas depois... minha querida, depois, há sempre as tais excepções e tu vais encontrar um dia esse grande amor, mesmo que se trate de uma inquietude do "teu eu poético"
Beijo. Admiro imenso o que escreves.
Vóny Ferreira
Re: Words don't come easy...
Talvez instintivamente, da minha parte, o titulo me remeta para a voz Negra de Tracy Chapman e a sua viola.
O que me motivou a ler-te em forma de Blues, com o senimento nostálgico, mas ao mesmo tempo a firmeza do que confidenciavas.
Ès pura no que transmites e tens o fantástico talento de bordar as palavras em ouro, em prosa magnifica, como o excerto :
Um dia, quando a neve cobrir os meus cabelos
e levar os teus que já não são muitos...
Talvez possamos reescrever as palavras,
reinventar a historia,
Muito tu, muito teu...
O teu intimismo, que sempe revelas, no que escreves e em como escreves, é um salutar abrir portas à alma cuidada e magoada:
Tu nunca me amaste, ainda que julgues que sim,
nunca te entranhaste num amor consciente,
que mesmo doente vai trabalhar todos os dias...
Tu nunca me sentiste, nunca me viveste,
nunca me pensaste...
E no final...Vão-se os aneis (palavras) e ficam os dedos ( sentimento de impotència perante a evidencia de falta de amor)
Soberbo!
Favoritos
Gosto muito, mas mesmo muito de te ler!
Re: Words don't come easy...
Inês,eu adorei ler o teu texto
mas devo confessar que enquanto homem me assusta o olhar feminista que se lê nas entrelinhas e assusta porque devo admitir que é de alguma forma real e verdadeiro, no entanto quando deixarmos de acreditar no amor e falo no amor mas no sentido lato da palavra... o cemitério
beijo