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Caixa de Sons
Mariana era uma pequena criança de mãos atadas sem sentido algum de alegria ou tristeza, vivia no mundo do intermédio, aceitando cada dia como uma dádiva serena.
Os dias eram longos, mesmo no verão, não havia relógios, o que havia era um sol, por vezes escondido, que rodava no céu como um ponteiro natural dividindo o mesmo a metade com uma lua, não tão brilhante mas ainda bela quando reflectida nas janelas meticulosamente limpas do seu quarto de suspiros.
Podia ver na noite a única altura em que se refugiava em sonhos imaginados e acordados, pois os verdadeiros sonhos eram repletos de imagens do seu dia-a-dia, e já os conhecia curtos e limitados. Já nem se recorda do número de vezes em que olhou o tecto branco, e já decorou as várias falhas que lá existem. Poderia apontar para elas de olhos fechados, e mesmo assim, acertar em todas.
Não havia mais nada para ver, nem nada mais para fazer. Preparava cada manhã com um discurso ensaiado de adeus e quando voltava a despertar, piscava os olhos 20 vezes, para ter a certeza que ainda era uma menina acordada de hospital. Conseguia ver nos olhos de cada enfermeira que lá entrava, o alívio por ter acordado nesse dia. Ou pelo contrário, o olhar amedrontado quando se despediam todas as noites. Contudo, nem a lua nem o sol, diziam adeus ou olá, faziam turnos, e estavam sempre com ela. A lua por vezes vinha contar histórias de grilos que se juntavam todas as noites para cantarem músicas de embalar aos outros animais, ou de pirilampos que iluminavam, conjuntamente com ela, aqueles que despertavam durante a noite. A lua tinha de vigiar todos aqueles que dormiam e todos aqueles que acordavam assim que esta chegasse. Era a mãe da noite.
No embrenhar da noite, se escutássemos com muita atenção, conseguiríamos ouvir a voz da lua misturada com a dos grilos, para que os mais teimosos em fechar os olhos, pudessem sentir a sua magia e aceitar o sono chegar.
(Continua)
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