Paradigma de Virtude

A fé vem de algo que manténs dentro de ti,
sobretudo porque tu... acreditas em mim.
Onde tu existes,
é lá que eu quero estar
porque tu,
libertaste-me de toda a mágoa, angústia,
que aqui remoía.
Não sou um paradigma de virtudes,
a cada batida do teu olhar,
espelho-me e revejo-te lá dentro,
numa alma em constante mudança,
poderoso na tua postura,
inquebrável e seguro,
um verdadeiro Senhor,
digno de sorver o néctar da glória.
Pareces não querer te desvanescer do estigma escultural
que é o tempo,
de alguma forma completa e louca,
és o menino que na noite um dia amei.
Quem sou eu para te negar ou mesmo parar de te amar...
do sonho em espiral,
paixão nos corpos que se devoram,
declaram-se amantes do prazer por prazer,
respirando uma vida nova,
sem nunca olhar para trás.
Não há margem para arrependimentos de um acto retorcido
na mente dos não-amantes.
Livres para percorrer caminhos que se auto-reinventam,
intermitentemente,
porque eu sinto-te.
São dias transformados em anos,
minutos infinitos a ouvir-te,
noites insones.
A esperança cega e infiel à sua soberana,
enlouquece-me nas manhãs de raiva patente,
inesquecível! Estática! Eléctrica!
Há um certo "je ne sais quoi" no ar...
que nunca morre,
vejo-o no teu olhar, brilhante como a estrela mais brilhante da nossa galáxia,
sinto a magia chover na madrugada,
serena após o revés da supernova!

JS

JS