UMA FONTE
Ter uma fonte
Se quisermos beber água, temos de ir à fonte,
E se ela estiver no outro lado fazemos uma ponte,
Pois a necessidade aguça sempre o engenho,
Quem não o usar morre de sede, pela falta de empenho,
Esperar pela esmola de alguém, é muito triste,
Quando a nossa força de vontade não existe.
Se temos um cérebro para pensar, é dar-lhe uso,
Quanto menos uso lhe dermos deixa-nos confusos,
A vontade é sempre mais forte que a inteligência,
E o querer tem sempre mais força que a sapiência,
Sabedoria e inteligência, ambas só não chegam,
É preciso vontade para que ambas não se percam.
Se a fonte existe há possibilidade de saciar a sede,
Basta querer procurá-la, é assim que se bebe,
Ficarmos sentados e esperar que tenham pena,
Para receber a esmola a nossa alma é muito pequena,
Se for preciso até construímos um poço para ter água,
É nosso bebemos quando quisermos, é uma causa..
Para sermos independentes é preciso trabalhar,
Para termos água na fonte, não é preciso esperar,
Que a fonte venha até nós para nos dar de beber,
Pois isso nunca acontece, é preciso conhecer,
Quem não o tem pode usar a arma da vontade,
Ela não mata, apenas faz viver e ter dignidade.
Se nada temos, foi porque nada fizemos para ter,
É preciso construir a fonte para oferecer e beber,
E com ela construímos a nossa própria vontade,
Para se tornar um hábito e termos a nossa vaidade,
De pagarmos a vida com o nosso próprio esforço,
É uma vitória que não nos deixa cair num fosso.
Vale a pena criar a nossa própria fonte,
Para ser o nosso orgulho e que ninguém nos aponte,
Pela falência do nosso querer que é a nossa desgraça,
É degradante pensar assim enquanto a vida passa,
Os seus momentos nunca mais voltam atrás,
É preciso vivê-los para enchermos a vida de paz.
Nunca nos devemos deixar deprimir,
Pena de nós próprios nunca devemos sentir,
Pena, é um grande passo para a nossa derrota,
Pois com a vida nunca se deve fazer batota,
Devemos sentimo-nos vivos e com esperança,
Porque lá diz o povo quem espera sempre alcança.
Tavira, 9 de Agosto de 2011-Estêvão
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 878 reads
other contents of José Custódio Estêvão
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Fantasy | CORRER ATRÁS DO SOL | 0 | 735 | 05/12/2012 - 11:01 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | OLHOS | 1 | 844 | 05/12/2012 - 10:46 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | NÃO SEI O QUE PAREÇO | 2 | 507 | 05/11/2012 - 10:26 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | INFERNO | 0 | 1.688 | 05/11/2012 - 10:11 | Portuguese | |
Poesia/General | UM CAVALO | 0 | 917 | 05/10/2012 - 10:34 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | A TUA MENTE | 0 | 895 | 05/10/2012 - 10:24 | Portuguese | |
Poesia/General | CANTO | 0 | 899 | 05/10/2012 - 10:21 | Portuguese | |
Poesia/General | PEDRAS SOLTAS | 0 | 958 | 05/09/2012 - 02:22 | Portuguese | |
Poesia/General | SERÁ ASSIM? | 0 | 952 | 05/09/2012 - 02:18 | Portuguese | |
Poesia/General | UIVO | 0 | 514 | 05/09/2012 - 02:13 | Portuguese | |
Poesia/General | DINHEIRO | 3 | 681 | 05/09/2012 - 02:00 | Portuguese | |
Poesia/Love | DE OLHOS FECHADOS | 0 | 1.361 | 05/08/2012 - 15:20 | Portuguese | |
Poesia/General | PÃO | 0 | 515 | 05/08/2012 - 15:14 | Portuguese | |
Poesia/General | SOMBRAS PERDIDAS | 1 | 728 | 05/07/2012 - 18:20 | Portuguese | |
Poesia/Love | DENTRO DE MIM | 0 | 1.040 | 05/07/2012 - 16:36 | Portuguese | |
Poesia/Love | AGRESSÕES AO VENTO | 0 | 933 | 05/07/2012 - 16:32 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | SERPENTES | 0 | 1.594 | 05/06/2012 - 14:51 | Portuguese | |
Poesia/General | ESPERANÇA | 0 | 462 | 05/06/2012 - 14:46 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | É PREFERÍVEL | 0 | 1.135 | 05/06/2012 - 14:40 | Portuguese | |
Poesia/Love | OS PASSOS DELA | 2 | 983 | 05/05/2012 - 13:33 | Portuguese | |
Poesia/General | PALAVRAS | 0 | 525 | 05/05/2012 - 10:19 | Portuguese | |
Poesia/General | AMBIÇÃO | 0 | 903 | 05/05/2012 - 10:11 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | VOAR | 2 | 1.017 | 05/04/2012 - 11:08 | Portuguese | |
Poesia/Love | SÓ TE QUERO A TI | 0 | 1.266 | 05/04/2012 - 11:05 | Portuguese | |
Poesia/General | CAUTELAS E CALDOS DE GALINHA | 0 | 1.046 | 05/04/2012 - 11:00 | Portuguese |
Add comment