AMÉLIA DE OLHOS CASTANHOS
Amélia de olhos castanhos
Amélia de olhos castanhos, era tão bela
Era uma donzela que eu via da minha janela,
E os nossos olhares se cruzavam no espaço,
Que nos separava apenas a uns pequenos passos,
No tempo da minha juventude apaixonado,
E todos os dias, espreitava para o outro lado.
De princípio falávamos só com o nosso olhar,
Ela para mim e eu para ela sem falar,
Eu não estudava só pensava apenas nela,
Com o meu olhar por dentro da minha janela,
E ela timidamente espreitava também do outro lado,
E o meu coração parecia um cavalo alado.
Um dia quando descia as escadas do liceu,
Vi de perto a minha musa e a minha boca emudeceu,
Deixei cair os livros no chão todo a tremer,
E ela parou diante de mim para me olhar sem temer,
Olhámos um para o outro e os nossos olhos se prenderam,
Sorrimos mas as nossas palavras não saíram.
Ela virou as costas e com os seus passos foi andando,
E eu fiquei a olhar para ela e só nela pensando,
Esperando que o seu olhar se virasse para me ver,
Com os livros no chão, à espera de acontecer,
E aconteceu, ela voltou a cabeça e para mim olhou,
E eu fiquei louco por ela de tanto amor.
Continuamos a vermo-nos das nossas janelas, fazendo adeus,
Apenas a rua nos separava dos olhos meus,
O amor a pouco e pouco foi-nos aproximando,
E as escadas daquele liceu foi-nos juntando,
E as nossas palavras começaram a sair das nossas prisões,
Que era a nossa boca e foi juntando os nossos corações.
Quando as nossas mãos se tocaram pela primeira vez,
Tudo se precipitou e os beijos aconteceram com timidez,
A pouco e pouco o amor foi-se precipitando,
E deste amor nasceu outro amor, por ele fomos olhando,
E depois espreitávamos os três para a nossa rua,
Que nunca mais nos separou, olhando o céu azul e a Lua.
Tavira, 26 de Janeiro de 2012-Estêvão
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 8900 reads
other contents of José Custódio Estêvão
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/General | ERA UMA VEZ | 0 | 1.408 | 04/25/2012 - 10:51 | Portuguese | |
Poesia/Friendship | SER AMIGO | 0 | 2.582 | 04/25/2012 - 10:51 | Portuguese | |
Poesia/General | O MAL E O BEM | 0 | 2.100 | 04/25/2012 - 10:48 | Portuguese | |
Poesia/Love | CONCHA PRETA | 0 | 1.017 | 04/24/2012 - 10:20 | Portuguese | |
Prosas/Contos | ESTRELAS DO CÉU | 0 | 3.059 | 04/24/2012 - 10:09 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | INDIGNAÇÃO | 4 | 3.304 | 04/23/2012 - 21:48 | Portuguese | |
Poesia/General | SIM OU NÃO | 0 | 3.513 | 04/23/2012 - 10:59 | Portuguese | |
Poesia/General | ELA NUNCA FALHA | 0 | 3.290 | 04/23/2012 - 10:53 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | FLORES SILVESTRES | 0 | 1.906 | 04/22/2012 - 11:50 | Portuguese | |
Prosas/Contos | A TERRA E OS MANOS KIRI-KORÓ | 0 | 4.236 | 04/22/2012 - 11:43 | Portuguese | |
Poesia/Love | A BELA ADORMECIDA | 0 | 2.989 | 04/22/2012 - 11:38 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | CORES | 2 | 2.614 | 04/21/2012 - 15:57 | Portuguese | |
Poesia/General | A VERDADE | 2 | 1.804 | 04/21/2012 - 15:36 | Portuguese | |
Poesia/General | JULGAR | 2 | 1.720 | 04/21/2012 - 15:34 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | BRINQUEDOS | 0 | 2.438 | 04/21/2012 - 15:26 | Portuguese | |
Poesia/General | PINGO A PINGO | 1 | 2.073 | 04/21/2012 - 15:25 | Portuguese | |
Poesia/General | AQUELE MENINO | 1 | 2.439 | 04/21/2012 - 04:51 | Portuguese | |
Poesia/General | NAQUELA FONTE | 1 | 1.666 | 04/21/2012 - 04:48 | Portuguese | |
Poesia/General | RAÇAS | 1 | 2.292 | 04/21/2012 - 04:46 | Portuguese | |
Poesia/General | SONHOS DE MENINO | 3 | 2.214 | 04/21/2012 - 04:45 | Portuguese | |
Prosas/Mistério | ONDAS DO MAR | 1 | 3.854 | 04/21/2012 - 04:44 | Portuguese | |
Poesia/General | LOBOS DO MAR | 1 | 2.348 | 04/21/2012 - 04:43 | Portuguese | |
Poesia/General | A MINHA GATA | 1 | 1.014 | 04/21/2012 - 04:42 | Portuguese | |
Poesia/General | DIGNIDADE | 2 | 2.947 | 04/17/2012 - 10:34 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | IGNORADOS | 0 | 2.688 | 04/17/2012 - 10:07 | Portuguese |
Add comment