(Meu reino é um prado morto)

A minha mão não cobre o mundo todo,
Mas a sombra assusta os passageiros
Viajantes que no meu albergue entram,
Venho de candeio na mão… bruxuleando,

Apetece-me também eu partir quando chove
Mas dita o destino,-de que não sou dono-
Criar bem dentro uma espécie de abismo
Tutelado por uma outra dimensão de mim próprio,

Sonho de que sou eu mesmo a quem
Obedece a trovoada e o mar oceano
Revolto, acordo com a serenidade de um seixo
Que tem qualquer outra pessoa sem ter rosto,

Igual a eles em tudo e até a morte receio,
Sobretudo eu, de que serve ser do sonho
Autoridade ou rei príncipe se não mando
Sequer nos vencidos, tanto quanto eu sou

Quando acordo, terreno e ilucido, viajando
De noite sou rei dos bruxos, acordado sou
Insignificante baixo, seixo cego, sargo morto
Assim como tu, que não és nada nem ninguém

E nem eu encubro e luz dum todo, esta ou outra,
A ciência ou a metafísica, Venho de candeia na mão
Como se os meus pensamentos fossem
Realmente vitais p’ras dimensões que tem a Terra

No universo, às vezes deixo-me possuír
P’lo logro, outro modo de ser quem sou
E sonho que posso içar palavras em tribuna
Alta, adaptada a mim mesmo e acender a vela,

Como se tivesse atravessado eu um braseiro
Agnóstico e místico, sem rosto pra que me esqueçam,
Apenas sussurro e arvoredo, venho de candeio na mão,
Cedo é e a paisagem o desenho geométrico mais antigo

Do mundo, eu pra o abrir, cego descubro que
(meu reino é um prado morto)

Joel Matos (01/2018)
http://joel-matos.blogspot.com

Submited by

Thursday, February 1, 2018 - 08:59

Poesia :

Your rating: None (1 vote)

Joel

Joel's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 1 week 2 days ago
Joined: 12/20/2009
Posts:
Points: 42009

Comments

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Add comment

Login to post comments

other contents of Joel

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Ministério da Poesia/Aphorism segredo 10 5.217 11/28/2018 - 16:18 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism atlhleta 10 4.732 11/28/2018 - 16:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism Regresso ao mar 10 4.363 11/28/2018 - 16:14 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism miopia humana 10 3.332 11/28/2018 - 16:12 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism gostaria 10 7.230 11/28/2018 - 16:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism irra 10 7.951 11/28/2018 - 16:07 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism passageiro do tempo 10 9.440 11/28/2018 - 16:06 Portuguese
Ministério da Poesia/Intervention urge 10 6.685 11/28/2018 - 16:03 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism chuvas 10 9.786 11/28/2018 - 16:01 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism mira 10 5.921 11/28/2018 - 15:49 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism alucinado 10 5.553 11/28/2018 - 15:47 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism os anjos 10 6.764 11/28/2018 - 15:46 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism Dolce Panda 10 6.995 11/28/2018 - 15:44 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism AGUAS FURTADAS 10 7.311 11/28/2018 - 15:43 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism os anjos 10 8.736 11/28/2018 - 15:36 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism Chic 10 10.708 11/28/2018 - 15:34 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism Lápis 11 32.917 11/28/2018 - 15:33 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism Erva 10 5.601 11/28/2018 - 15:32 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism gripe 10 3.873 11/28/2018 - 15:30 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated phyllis 10 3.308 11/28/2018 - 15:29 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism candeias as avessas 10 10.906 11/28/2018 - 15:27 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism veneno 10 61.509 11/28/2018 - 15:26 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated Iris 10 9.844 11/28/2018 - 15:24 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism espelho meu 10 4.908 11/28/2018 - 15:22 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism seda 10 9.068 11/28/2018 - 15:21 Portuguese