Ela queria apaixonar-se...

Ela queria apaixonar-se. Mais do que isso, queria sentir-se profundamente amada. Queria sentir aquelas famosas borboletas no estômago, aqueles calafrios no corpo que só os apaixonados sentes (e os doentes, mas como o amor á considerado ás vezes uma doença, é a mesma coisa). 
Ela queria á força toda sentir algo por algué, ser algo mais para alguém. Alguém bom, alguém sentimental, alguém carinhoso, alguém que quisesse, tal como ela, amar á força toda...
...E nessa manhã, mais do que nos outros dias, acordou com esse objectivo concreto na sua cabeça. Teria de ser nesse dia, não em outro. Teria de ser nessa Terça-feira de sol quente e propício a histórias de amor. Teria de ser nessa Terça-feira em que acordara mais bem-disposta que nos outros dias, em que se sentia mais bonita, mais eufórica e mais preparada para se apaixonar. Teria de ser nesse dia, não podia adiar mais. Tinha tudo planeado. A roupa estava estendida na cama, o seu sorriso no seu rosto. 
Ela queria mesmo apaixonar-se. E nesse dia, Teresa saíra de casa com um objectivo grandioso a cumprir: sentir.