Não sei andar sozinho
Fiquei olhando o celular
Ele cortou o silêncio depois do amor
Instantes mágicos substituídos
Pela agonia de imaginá-la em outros braços.
Do outro lado da linha alguém a chamava.
- Espere uns minutos – disse ela.
Que forma de amor passageiro é esse?
Que forma substancial de levar a vida?
Quais as palavras saem de seus lábios após estar comigo?
O coração tem razões que a própria razão desconhece, já dizia o sábio.
Se não existe amor o que une dois corpos?
O anseio de carinho, afeição ou pura obstinação de se entregar?
O amor é um sentimento tão cruel.
Ele tira a nossa paz.
Não sabemos andar sem ele e tropeçamos nele.
Amar-te é meu destino e, essa vida,
Levarei até os últimos dias de minha existência.
Seus olhos meigos revelam uma ansiedade de viver grandes paixões
Sem perceber que nas grandes paixões
Estão as grandes desilusões da vida.
Uma noite de prazer pode ser repentinamente,
Substituída por um dia de tristeza.
A vida passa
E fica o que fizemos de bom no pouco que foi nos dado para fazer.
Seu sorriso, uma vez tão espontâneo,
Revela um amarelo de infelicidade.
Realmente, o anseio de viver grandes aventuras
Trazem consigo a desconfiança de um futuro sombrio.
Minha noite é longa.
Pois nela não consigo dormir.
Meus dias vão se acabando
Como a primavera e o inverno não termina.
Não sei andar sozinho.
Meus sonhos se foram como um dia de verão.
Procuro tatear com as mãos um alento para que isso passe.
Os momentos são de angustias e sofrimento.
Então pergunto ao Criador:
- Tu esquadrinhas o coração?
- Teus olhos tudo vê?
- Onde estão os passos dela?
Não obtenho resposta.
Então, outra vez suplico:
- Tu não és aquele que dás o sono?
- Porque não consigo dormir?
Triste vida a minha.
Em cada amanhecer uma nova esperança.
Voltarás um dia?
Terei o seu corpo junto ao meu e também o seu coração?
Responda-me, por favor!
Sigo nessa tristeza até o dia em que voltar a sorrir comigo.
Espero-te como o preso espera sua liberdade.
Desejo-te como o cego deseja ver a luz do dia.
Amo-te como a abelha ama o néctar.
Você é a luz que ilumina minha vida
E o calor que me aquece do frio.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 802 reads
other contents of Odairjsilva
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Disillusion | O tédio já não é o meu amor | 6 | 454 | 10/03/2024 - 19:22 | Portuguese | |
Poesia/Love | Morena de olhar que encanta | 6 | 614 | 10/01/2024 - 21:03 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | A última fronteira do mundo | 6 | 1.397 | 09/29/2024 - 13:03 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | A Noiva da Ponte Branca | 6 | 584 | 09/28/2024 - 13:11 | Portuguese | |
Poesia/Love | Desejo que o tempo não desfaz | 6 | 552 | 09/24/2024 - 22:52 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | O velho, o menino e a moça | 6 | 1.350 | 09/23/2024 - 19:41 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | Ele que o abismo viu | 6 | 682 | 09/21/2024 - 03:18 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | O clamor da Terra | 6 | 930 | 09/19/2024 - 21:35 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Sacanagens camufladas | 6 | 660 | 09/15/2024 - 12:51 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Existência | 6 | 719 | 09/13/2024 - 21:35 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Fumaça | 6 | 542 | 09/09/2024 - 23:34 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | Em algum ponto no universo | 6 | 1.140 | 09/08/2024 - 14:08 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Você está aqui | 6 | 574 | 09/05/2024 - 20:33 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | Palavras que escorrem | 6 | 1.436 | 09/04/2024 - 19:53 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | As palavras que saem da mente | 6 | 1.069 | 09/03/2024 - 21:01 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Frankenstein | 6 | 1.430 | 09/02/2024 - 22:13 | Portuguese | |
Poesia/Passion | Corinthians, Tu és o Maior | 6 | 624 | 09/01/2024 - 12:53 | Portuguese | |
Videos/Poetry | Entrevista com o Poeta Cacerense | 0 | 464 | 08/31/2024 - 20:52 | Portuguese | |
Poesia/Song | A melodia do poeta | 6 | 934 | 08/30/2024 - 20:20 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | A vida segue o seu curso | 6 | 1.378 | 08/28/2024 - 22:17 | Portuguese | |
Poesia/Love | Porque te amo | 6 | 1.482 | 08/26/2024 - 14:42 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Os estranhos | 6 | 1.344 | 08/25/2024 - 13:20 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | O homem de barro | 6 | 1.973 | 08/24/2024 - 12:39 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Terra de silêncios | 6 | 770 | 08/23/2024 - 22:22 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | A noite é longa | 6 | 620 | 08/20/2024 - 19:35 | Portuguese |
Add comment