Cada um de todos nós é todo'mundo,

Cada um de todos nós é todo’mundo,
Arcaicos costumes me preenchem, cultos
D’outros nomes, em todos nós ocultamos Ex-
Votos quotidianos de quem agora me não sei ser,

Nem todos ou cada um e um só outro,
Cada no mundo sou só eu, inédito y
Grego, incubado Inacabado de alma,
Falso devoto de mim próprio, permanente-

-Mente descalço, infecundo, feito mudo face ao
Que me falta, não me termino, me completo
Nos outros, os outros não me prolongam
Por fim, lastimo não ser eu todo o mundo,

Se todo mundo meu me ignora ou não ser
No fundo eu quem desconhece ser outros
Nesses outros modos, estados d’alma duros,
Quem me dera não ser eu apenas, um só

Eu, todo eu e em tudo e em mais ninguém
Nesta terra pouco larga, redonda achatada
E defunta, morta para não dizer ferida de morte,
Rachada a chamas, sem sorte a chamada veio

Do bailéu e eu preso no veio da poita funda,
Fundido em cobre, quem nasce em signo
D’ pobre jamais se aceita nobre, caduco
-Pleonasmo da má sorte, assim como

Cada um ser um mundo e não aquilo
Que se espera do tamanho com que
Cada qual faz e conta, a noção de pouco
Ser menor que nada, ou que outros.

Jorge Santos (11 Dezembro 2021)

https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com

Submited by

Saturday, December 11, 2021 - 21:09

Poesia :

Your rating: None (1 vote)

Joel

Joel's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 13 weeks 23 hours ago
Joined: 12/20/2009
Posts:
Points: 42009

Comments

Joel's picture

Cada um de todos nós é

Cada um de todos nós é todo’mundo,
Arcaicos costumes me preenchem, cultos
D’outros nomes, em todos nós ocultamos Ex-
Votos quotidianos de quem agora me não sei ser,

Nem todos ou cada um e um só outro,
Cada no mundo sou só eu, inédito y
Grego, incubado Inacabado de alma,
Falso devoto de mim próprio, permanente-

-Mente descalço, infecundo, feito mudo face ao
Que me falta, não me termino, me completo
Nos outros, os outros não me prolongam
Por fim, lastimo não ser eu todo o mundo,

Se todo mundo meu me ignora ou não ser
No fundo eu quem desconhece ser outros
Nesses outros modos, estados d’alma duros,
Quem me dera não ser eu apenas, um só

Eu, todo eu e em tudo e em mais ninguém
Nesta terra pouco larga, redonda achatada
E defunta, morta para não dizer ferida de morte,
Rachada a chamas, sem sorte a chamada veio

Do bailéu e eu preso no veio da poita funda,
Fundido em cobre, quem nasce em signo
D’ pobre jamais se aceita nobre, caduco
-Pleonasmo da má sorte, assim como

Cada um ser um mundo e não aquilo
Que se espera do tamanho com que
Cada qual faz e conta, a noção de pouco
Ser menor que nada, ou que outros.

Jorge Santos (11 Dezembro 2021)

https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com

Add comment

Login to post comments

other contents of Joel

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Ministério da Poesia/Aphorism segredo 10 2.555 11/28/2018 - 17:18 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism atlhleta 10 3.033 11/28/2018 - 17:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism Regresso ao mar 10 2.289 11/28/2018 - 17:14 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism miopia humana 10 2.089 11/28/2018 - 17:12 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism gostaria 10 4.127 11/28/2018 - 17:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism irra 10 4.485 11/28/2018 - 17:07 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism passageiro do tempo 10 3.982 11/28/2018 - 17:06 Portuguese
Ministério da Poesia/Intervention urge 10 4.273 11/28/2018 - 17:03 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism chuvas 10 4.029 11/28/2018 - 17:01 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism mira 10 3.700 11/28/2018 - 16:49 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism alucinado 10 3.300 11/28/2018 - 16:47 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism os anjos 10 2.541 11/28/2018 - 16:46 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism Dolce Panda 10 3.897 11/28/2018 - 16:44 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism AGUAS FURTADAS 10 4.286 11/28/2018 - 16:43 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism os anjos 10 4.474 11/28/2018 - 16:36 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism Chic 10 7.914 11/28/2018 - 16:34 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism Lápis 11 17.348 11/28/2018 - 16:33 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism Erva 10 4.029 11/28/2018 - 16:32 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism gripe 10 2.437 11/28/2018 - 16:30 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated phyllis 10 1.606 11/28/2018 - 16:29 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism candeias as avessas 10 5.381 11/28/2018 - 16:27 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism veneno 10 9.774 11/28/2018 - 16:26 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated Iris 10 2.370 11/28/2018 - 16:24 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism espelho meu 10 3.248 11/28/2018 - 16:22 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism seda 10 4.862 11/28/2018 - 16:21 Portuguese