SONETO DE DIA E NOITE

Há dias que amanheço no escuro
Com ouvidos surdos e olhos cegos
Não vejo luz nas frestas ou postigos
E o ar me envenena mesmo que puro

Há noites em que vejo dias claros
-O pensamento a escuridão clareia
Sou chão onde a sua mão semeia
Frutos baratos e alguns raros caros

São as lições que o tempo me ensinou
De sonhos perdidos pelos caminhos
Que realizá-los eu não fui capaz

Mesmo assim caminhando ainda estou
Entre flores, cravado por espinhos
Querendo e sem poder voltar atrás.

Sérgio da Silva Teixeira
BAGÉ/RS/BRASIL.

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Tuesday, April 16, 2024 - 23:39

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Sérgio Teixeira

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