Última confissão

Se você estiver lendo isso…
É porque eu finalmente parei de lutar.
Cansei.
Cansei de fingir que posso te esquecer,
Que posso caminhar para longe de você
Sem carregar o gosto do seu nome preso na garganta.

Passei noites inteiras com os olhos abertos,
Te desenhando nas paredes da minha mente,
Tentando arrancar cada pedaço seu
Que ficou cravado em mim
Como ferrugem nas costelas.

Mas quanto mais eu lutava,
Mais fundo você entrava.
Como se fosse feito de raízes,
Me sufocando de dentro pra fora.

A verdade é que eu não te amo
Como as pessoas amam nas músicas.
Não tem beleza nisso.
Tem desespero.
Tem febre.
Tem essa maldita sensação de vertigem,
Como se o chão abrisse
Toda vez que eu lembrasse do som da sua voz.

Então hoje…
Eu desisto.
Desisto de fingir que sou forte,
Que sou inteiro,
Que sou qualquer coisa além de alguém arruinado por você.

Se houver alguma justiça nesse mundo,
Depois de tudo isso,
O universo vai me conceder o direito de te esquecer.
Nem que seja por um minuto.
Um minuto de paz…
Antes de tudo recomeçar.

Adeus.
Ou pelo menos… a tentativa de um adeus.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

https://odairpoetacacerense.blogspot.com/2025/08/ultima-confissao.html


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Friday, August 29, 2025 - 21:15

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