Sinestesias Molhadas

A juventude aflora pela pele
Passando pelos caminhos mais sinuosos desta minha estrada
Curva e só
Esperando que alguém surja para aparar minha vontade
De ser tão dúbia
Esquizofrênica num mundo sem igual
Com luzes piscantes e azuis violetas e amarelas
Com distúrbios emocionais graves e fortes
Voando pelo meu céu negro de sinestesias molhadas
Bordadas pela ação do tempo e vento
Dentro deste domínio morfoclimático
Cheio de sol e seca
Salino de loucuras
Deliberadamente amorosas e sadomasoquistas
Fogosamente estiradas a qualquer passageiro de um trem
Simples e relapso
Prolixo e relaxado
Longe e fora
Dos alcances destes braços tão amassados pelas almofadas
Que encobertam a beleza deste mundo.